COASUL: A preservação da água pode sim fazer parte da agroindustrialização
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A modernidade e a preservação do meio ambiente podem caminhar juntas. Prova disso, é o arrojado projeto do abatedouro de aves da Coasul Cooperativa Agroindustrial no município de São João-PR. Com previsão final de abate de 160 mil aves por dia, as atenções voltam-se aos impactos ambientais que a agroindústria pode causar. Mas antes mesmo do frigorífico começar a ser construído, tudo já estava pensado, inclusive o caminho que será percorrido pela água desde o poço artesiano até o deságue no leito do Rio Mirim e o aproveitamento da água da chuva. Cada detalhe foi cuidadosamente planejado para que não haja nenhum tipo de dano a natureza.Captação de água - A captação de água da chuva tem sido apontada por diversos estudiosos e instituições de preservação ambiental como uma das tendências mais fortes de aproveitamento sustentável do líquido mais precioso na terra. Tendo isso em vista, a Coasul implantará no abatedouro de aves uma galeria de águas pluviais que captará água da chuva dos telhados, calçadas e asfalto. Segundo um dos membros da equipe de Paulo Colpo Projetos Industriais Ltda (empresa responsável pela obra), Emerson Prestes, a água recolhida irá para uma lagoa e depois será bombeada para uma célula exclusiva no reservatório elevado de 100 mil litros. "Esta água vai ser utilizada em descargas de vasos sanitários, lavagem de calçadas e em jardinagem. Isso gerará uma economia flutuante de 25% a 35% no consumo geral de água. Lembrando que este consumo se refere ao consumo de prédios de apoio, e não ao consumo do processo de abate", destaca Prestes.
Benefícios - O responsável pela área ambiental da cooperativa, Marcos Bertoncello, fala dos principais benefícios desse sistema. "A captação de água pluvial traz inúmeras vantagens para o ambiente. Primeiramente, reduz o consumo de água potável, em segundo, reduz o fluxo de água que corre para o sistema de águas pluviais durante as chuvas. Isso pode aliviar os transtornos com alagamentos e erosões. São benefícios que não podem ser mensurados e que são fáceis de serem gerados, basta força de vontade, esclarecimento e consciência de que é preciso preservar", alerta Bertoncello.
Água do Aquífero Guarani - O poço artesiano que abastecerá a indústria foi perfurado em 2007 e capta água do Aquífero Guarani a 1.132 metros de profundidade. A água que jorra dele é quente, aproximadamente 40°C, e por isso segundo o responsável pela obra do frigorífico, Jacir Colet, é necessário que o líquido vá para uma cisterna. "O trajeto é todo canalizado e a cisterna já está sendo construída. O local armazenará 5 milhões de litros, a previsão é de que essa quantidade seja utilizada a cada dois dias. Depois de sair da cisterna, a água irá para a caixa elevada, com capacidade para 850 mil litros. De lá será distribuída para o abatedouro de aves", explica Colet.
Método - A água utilizada no processo de abate dos frangos, gorduras, penas e vísceras serão canalizadas em declive natural até lagoas de tratamento. Ali, os subprodutos serão separados da água por uma central de peneiras, armazenados em um tanque e seguirão para processamento na fábrica de rações da cooperativa. Inicialmente, a água passará então por um processo de equalização (equilíbrio dos níveis de impureza) e depois pela flotação, onde são adicionados produtos químicos que farão com que as partículas de gordura flutuem. Dessa maneira, é possível fazer uma raspagem para a retirada dessas impurezas. Depois, a água segue por oito lagoas e a partir da sexta o nível de oxigenação já é tão alto que peixes poderiam ser criados no local. Depois da oitava, a água, já potável, será lançada no Rio Mirim, de onde vai para o Rio Chopim. (Assessoria Coasul)