COASUL: Copel propõe parceria para produção de biodiesel
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O biodiesel é uma das tendências mundiais de energia renovável que está se expandindo frente à escassez das reservas petrolíferas, que deverá acontecer nos próximos anos. O governo brasileiro investe cada vez mais em estudos e no desenvolvimento da biotecnologia. E a região Sudoeste do Paraná também poderá ser beneficiada com a tecnologia, uma vez que o governo estadual, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) firmaram uma parceria para entrar no setor. O projeto prevê a instalação de uma mini-usina piloto em comodato com a Coasul - Cooperativa Agroindustrial de São João-PR.
Apresentação do projeto - O projeto foi apresentado oficialmente à Coasul na última quarta-feira (4/02), em uma reunião com representantes da Copel, Seab, poder público municipal e Emater. Na oportunidade, o engenheiro químico da Copel, Noel Massinhan Levy, apresentou os dados técnicos do projeto e destacou que a mini-usina terá capacidade de produção de cinco mil litros de biodiesel por dia. Além disso, o diretor de engenharia da companhia, Luiz Antonio Rossafa, revelou que este "poderá ser um projeto piloto de desenvolvimento e pesquisa em escala real, e que deverá ser implantado em todo o Estado".
Agricultores familiares - O empreendimento está sendo pensado com a participação efetiva dos agricultores familiares da região. E este é justamente o principal motivo pelo qual a Coasul foi escolhida como possível cooperativa âncora, já que o Sudoeste é a principal região de agricultura familiar do Paraná e que a cooperativa é a maior em grãos na área. Como explica o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, o governo do Estado está com uma expectativa grande de viabilização desse projeto, porque além de ser uma nova alternativa de renda para o agricultor familiar é uma oportunidade de diversificação da produção. "A escolha da região Sudoeste foi estratégica porque é lá que os agricultores familiares estão mais organizados, o que representa grandes chances de sucesso para o projeto", disse.
Projeto proposto - Durante a reunião foram apresentados dados e todo o trabalho de pesquisa que envolveu o projeto e ainda da viabilização da usina, que só será possível através do ato cooperativo. Pelo projeto proposto, o produtor entregará a sua produção de grãos - em princípio a soja - na cooperativa, que por meio desta usina vai retirar o óleo. Da extração, o que sobra será reaproveitada, a torta para a produção de ração na fábrica da própria cooperativa. Esta retornará para o produtor para alimentar os frangos. E ainda a glicerina, que possui diversas aplicações, dentre elas muito utilizada nas indústrias farmacêuticas e de cosméticos. Por fim o Biodiesel retornará para o produtor, que poderá usá-lo nos maquinários agrícolas. "O desafio será obter a viabilidade econômica de uma produção de pequena escala de esmagamento", diz Richardson de Souza, responsável pelo setor de biodiesel na Secretaria da Agricultura.
Próximos passos - Os próximos passos elencados por Souza são: liberação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), para produção e repasse do biodiesel; firmar parcerias; publicação de editais e licitações e elaborar convênios e contratos. O prefeito de São João, Clóvis Cucolotto, se mostrou favorável ao projeto.
Outros parceiros - Também contribuem para o projeto, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sindicato e Organizações das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Lactec e agricultores dos sistemas de Cooperativas de Produtores de Leite da Agricultura Familiar (Claf) e Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar (Coopaf).
Coasul - A cooperativa ficaria responsável por operar a usina e a Copel por implantar em regime de comodato a indústria. Frente a isso, a Coasul expôs os dados técnicos e gerais da cooperativa e se dispôs a estudar a proposta. Cedeu ainda um técnico que atuará diretamente nos estudos. De acordo com o Presidente da cooperativa, Paulino Capelin Facchin, "o estudo será feito com muita cautela e aprofundamento. Precisamos ter certeza de que o projeto beneficiará o cooperado e que não exista nenhum risco a ele". (Imprensa Coasul)