COCAMAR: Apesar da seca, produção de milho surpreende na região

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Apesar da seca, produção de milho surpreende na região
Não fosse pelo preço, considerado baixo demais, o milho safrinha – que ainda está sendo colhido na região de Maringá – tinha tudo para aliviar a situação dos agricultores. É que, apesar dos danos causados pela estiagem, a produtividade média alcançada até agora na região de Maringá está sendo considerada surpreendente por produtores e técnicos. A Cocamar estima que a safrinha atingirá uma média de 127 sacas por alqueire. Ou seja, uma redução de 10% no volume esperado inicialmente, que era de 140 sacas/ alqueire. “Se levarmos em conta a falta de chuvas que castigou os milharais, este resultado não é ruim”, avalia o coordenador da área de grãos da cooperativa, Antonio Sacoman. Quem plantou mais cedo, nas primeiras semanas de fevereiro, escapou da seca e conseguiu produtividade até acima da média. Há casos de produtores de Ivatuba e Floresta que colheram mais de 220 sacas por alqueire. “As primeiras lavouras receberam chuvas bem distribuídas e já tinham florescido quando a seca começou a castigar”, ressalta Sacoman.
 
Impacto - Porém, as áreas semeadas no final do prazo recomendado, entre 10 e 15 de março, sofreram os maiores impactos da estiagem. Faltou chuva durante a floração da cultura, que, em algumas áreas, exibem quebras de até 40%. Na verdade, as chuvas foram minguadas e mal distribuídas. “Num raio de 10 quilômetros houve locais com chuvas abundantes e outros sem nenhuma gota”, relata o engenheiro agrônomo Antonio Claudemir Ramires, da unidade da Cocamar de Floresta. Em toda a região, é comum relatos de produtores que iniciaram a colheita com médias de 200 sacas/alqueire e estão terminando com produtividade abaixo de 120. É o caso do cooperado Moisés Itamar Mori, que finalizou a colheita de 17 alqueires em Ivatuba. Ele conta que obteve 170 sacas nas primeiras áreas colhidas, mas depois a produtividade caiu para 140 sacas e, por fim, para 100 sacas.

Produtividade - Segundo o produtor, nas últimas áreas as perdas beiravam 40%. “Está difícil de encher o caminhão”, disse, apontando para as espigas miúdas de grãos esparsos da lavoura. Mori calcula que, na média, sua produtividade será de 140 sacas/alqueire. “É quase o meu custo de produção. Se ao menos o preço não estivesse tão ruim...”, reclama.
 
Investimentos - Para o produtor João Fuentes Montoro, de Floresta, a safrinha de milho foi excelente. Ele obteve média de 210 sacas/alqueires na maior parte dos 53 alqueires que plantou. Pelos seus cálculos, vai finalizar a safra com produtividade média de 180 sacas por alqueire. “Apesar da estiagem, foi uma das minhas melhores safras, pena que o preço não ajude”, lamenta. Segundo a Cocamar, metade dos 128 mil hectares cultivados com milho safrinha na região foi plantada logo no início de fevereiro e rendeu produtividades bem acima da média. O bom desempenho inicial acabou compensando os prejuízos do final da safra. A cooperativa espera receber 400 mil toneladas de milho. A previsão inicial era de 440 mil toneladas.

Sorgo - Devido à rusticidade e custo de produção menor que o do milho, o sorgo tem despontado na região da Cocamar, com maior destaque para o município de Paranavaí, onde é plantado como opção para o período de inverno. Nos últimos anos, a área cultivada tem sido crescente. O baixo preço do milho e a descapitalização de muitos produtores fez com que nesta safra houvesse um salto no plantio naquele município. Dos 2 mil hectares ocupados com soja no último verão, 250 hectares foram destinados para o sorgo na safrinha e 400 hectares para o milho. Em 2005, a área com sorgo foi de 150 hectares contra 600 de milho safrinha, segundo o técnico agrícola da unidade da Cocamar em Paranavaí, Luís Carlos Basso. (Imprensa Cocamar)

 

Conteúdos Relacionados