COCAMAR I: Projeto vai mostrar o desafio de elevar a produtividade de soja
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Com a participação de representantes da Cocamar e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), entre outras instituições, o Canal Rural lançou nesta quarta-feira (23/09) em Maringá, o projeto Lavouras do Brasil. A exemplo do que vai acontecer em outras três regiões brasileiras, será acompanhado todo o ciclo da cultura da soja. Para isso, câmeras vão mostrar, durante 24 horas, o cultivo na propriedade do agricultor Sebastião Pitarelli, no município. Pitarelli é integrante do conselho fiscal da cooperativa.Produtividade - Na abertura do evento, o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), integrado por várias instituições de pesquisa, reforçou o objetivo de incrementar a média de produtividade de soja de 2.661 quilos/hectare obtidos na safra 2008/09, para 4.000 quilos/hectare em 2012. No ciclo 2009/10, cujo plantio está começando, houve a adesão de 140 áreas experimentais em várias regiões do País, que vão servir de base para as informações. A referência nacional em produtividade está em Primavera de Leste (MT), onde, na última safra, o produtor Guilherme Ohl alcançou a média de 4.968,9 quilos por hectare.
Integração - Durante as exposições feitas por especialistas no evento, o pesquisador Luiz Carlos Miranda, responsável por transferência de tecnologia da Embrapa Soja de Londrina, disse que o futuro da agricultura passa pela integração com a pecuária e o cultivo de florestas. "Quando se fala em sustentabilidade, este é o que enxergamos", afirmou.
Chuva e calor - O meteorologista Paulo Etchechury, do Somar, informou que a previsão para a região de Maringá é de precipitações acima da média durante o ciclo de verão, com menor risco de estiagens, como as que aconteceram nos últimos três anos, quando houve má-distribuição de chuvas. Por causa do fenômeno El Niño, que vai predominar nesse período, o indicativo, também, é de temperaturas mais elevadas.
Falta projeto - Por sua vez, o especialista em mercado financeiro Miguel Daoud fez um comparativo entre a realidade agrícola brasileira de 40 anos atrás (quando o País importava 70% dos alimentos que consumia) e a atual (hoje o Brasil é um grande exportador, que amedronta o mundo). No entanto, mesmo com tamanho potencial, o governo brasileiro não tem um projeto de crescimento. "O país não é levado em consideração, os políticos se preocupam apenas com o próprio interesse e só estamos aumentando cada vez mais o gasto público", afirmou Daoud, que criticou a aprovação, por parte do Congresso Nacional, das mais de 7 mil vagas para as câmaras municipais.
Margens estreitas - Fechando o programa de palestras, Flávio França Jr., economista da Safras&Mercado, disse que o cenário da soja em 2010 é baixista por conta da reposição dos estoques mundiais. Em contrapartida, há pontos positivos como o custo de produção 10 a 15% menor, o anúncio de um clima favorável que, confirmando-se, poderá resultar em maior produtividade nas lavouras. Ao mesmo tempo, segundo ele, a tendência é de recuperação da demanda internacional por soja, após a superação do período de crise global. "Será um ano de margens mais estreitas, conservadorismo e pé no chão, mas ainda com possibilidade de o produtor ganhar dinheiro", completou. (Imprensa Cocamar)