COCAMAR: Investimentos em biodiesel superam R$ 600 milhões

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A corrida das indústrias para a produção de biodiesel se acelerou e deve levar o governo federal a adiantar o cronograma para a mistura ao diesel. Conforme dados do Ministério de Minas e Energia, os investimentos já superam R$ 600 milhões, aplicados em 29 usinas - sendo que sete já operam. "O governo avalia a antecipação da mistura de 5% de biodiesel ao diesel por conta dos investimentos acelerados", afirma Arnoldo de Campos, coordenador do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. A capacidade instalada no país hoje é suficiente para ofertar por ano 1,7 bilhão de litros, contra 736 milhões de litros em 2005. Conforme cálculos do governo federal, a meta era produzir por ano 800 milhões de litros para a mistura de 2% ao diesel até 2008, e ampliação para 2,4 bilhões por ano até 2013, quando a mistura será de 5%. De acordo com Campos, dois terços do biodiesel produzido no país tem como matéria-prima a soja. Em seguida, aparece a mamona (25% do total processado) e itens não previstos pelo governo no início do programa, como o pinhão-manso e o sebo animal.

Investimentos - A Caramuru Alimentos é uma das empresas que está investindo na produção de biodiesel à base de soja. O grupo estuda instalar uma usina em Itumbiara (GO), com capacidade para 110 milhões de litros do biocombustível por ano. A cooperativa Cocamar também está instalando em Maringá (PR) uma unidade, que terá capacidade para produzir 30 milhões de litros de biodiesel de soja por ano. A aposta na soja tem se dado em quase todos os Estados, concentrando-se com mais força no Mato Grosso, onde há projetos para instalação de sete usinas, num investimento total de R$ 80 milhões.

Leilão- "O avanço dos investimentos nos Estados dependerá muito de como se dará o próximo leilão de diesel", observa Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia. O próximo leilão está previsto para ocorrer até o início de junho, com volume de 500 milhões de litros do produto, a serem entregues em 2007. Luiz Eduardo Dumont, gerente de operações Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Minas Gerais, observa que o biodiesel de pinhão-manso - usado por produtores apenas para descanso do solo na rotação de culturas - tem o custo mais baixo de produção: R$ 0,29 por litro. Em seguida aparecem o sebo animal (R$ 0,50), o girassol (R$ 0,57), a soja (R$ 0,70), a mamona (R$ 1,35) e o amendoim (R$ 1,68). (Valor Econômico)

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