COCARI: Pomba amargosa é inimiga dos produtores rurais de São Pedro do Ivaí

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No auge do período de plantação da soja na região norte do Paraná, os problemas, pelo menos agora, não são a queda do dólar nem a estiagem. É a pomba amargosa que está tirando o sono dos produtores rurais, principalmente do município de São Pedro do Ivaí. Isso porque o município tem em sua maioria lavouras de cana-de-açúcar, habitat ideal para essas aves. "Além de sofrermos com a perda nas safras, essas pombas amargosas nos dão muito estresse, pois temos que começar a espantá-las a partir das cinco e meia da manhã", falou o produtor de soja João Batista Ferri, que já pensa em cultivar pasto no ano que vem. "Podem vir me entrevistar no ano que vem, estarei plantando pasto ao invés da soja". Quem também declarou guerra às pombas amargosas é Milton Jorge Dariva, que planta soja em 18 alqueires. "Hoje você planta soja e a partir do momento que começa a germinar, a pomba já vem comer. Para controlá-las é preciso gastar, em média, um saco de soja por alqueire/dia", comentou Dariva que, entre outras técnicas, utiliza fogos de artifícios para espantar as pombas.

Falta de estímulo - Segundo a prefeita municipal de São Pedro do Ivaí, Cristiane Bento Zulian, as pombas amargosas estão desestimulando, cada vez mais, o produtor de grãos, fazendo com que ele desista de suas plantações e arrende as terras para o cultivo de cana. "Temos que auxiliar os agricultores, pois, além disso, há outros problemas como a estiagem e os preços baixos. O nosso município é basicamente rural, e se eles entram em crise, o próprio comércio da cidade também é prejudicado", falou a prefeita, ressaltando a importância dos produtores do município. "Teve dias da gente deixar de plantar soja para espantar as pombas. Estamos pagando, em média, até R$ 70,00 ao dia para alguém espantar pombas de moto, incluindo a gasolina", conta Anderson Eduardo Zulian, que junto com seus irmãos, cultiva 130 alqueires de soja.
 
Ibama - No Diário Oficial do dia 3 de agosto foi publicada instrução normativa 108 que trata do controle populacional das pombas amargosas. E com base na lei nº 5.197, que permite a destruição de animais silvestres que prejudicam a agricultura, os produtores rurais poderão exterminar as pombas amargosas. Porém, a medida não agradou aos produtores que reclamam da burocracia existente para conseguir a autorização do Ibama e também das normas que não permitem qualquer tipo de maus tratos aos animais, tornando o trabalho quase impossível. "Esse negócio de quem vai caçar a pomba ter que ser credenciado é inviável. De que forma iremos exterminar as pombas amargosas, se o número delas atingiu um desequilíbrio fora do comum?", indagou o produtor Milton Jorge Dariva.
 
Solução - Será estudada uma proposta de auxílio aos produtores pela prefeitura, que irá expor estes agravantes ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Câmara dos Deputados e empresas privadas da região. (Assessoria de imprensa da Cocari)

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