COMBUSTÍVEIS: Etanol multiplica interesse estrangeiro por tecnologia rural brasileira

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Costa Rica, Eslováquia, Austrália, Croácia, Turquia, Sudão, Colômbia, Egito. Atraídos pela fama do etanol brasileiro, que corre o mundo na esteira da recente visita do presidente norte-americano, George W. Bush, visitantes de 53 países passaram este ano pela 14a edição da Agrishow, maior feira de agronegócio do país, que terminou no sábado (05/05), em Ribeirão Preto (interior de SP). O movimento econômico da feira foi de R$ 700 milhões, 40% a mais que no ano passado. No balanço desta edição, os estrangeiros registraram forte participação em todos os setores: fizeram mais compras, trouxeram mais expositores e aproveitaram o evento para levar para casa novas possibilidades de negócios para o ano que vem. Eles são mais que bem-vindos pelos fabricantes nacionais: tanto que, para visitantes de outros países, a entrada na Agrishow é gratuita. Na avaliação do diretor de relações institucionais da feira, Agmar Rodrigues Faria, o biocombustível é alvo de grande curiosidade entre os estrangeiros que visitam o evento. "O Bush fez este favor neste ano, colocando o Brasil em evidência. Temos que transformar isso em negócios", disse. O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq, Francisco Maturro, confirma: "Eles estão todos curiosos, perguntando sobre o etanol".

O ‘efeito Bush’ - A publicidade da visita de Bush, que esteve em março no país conversando sobre a formação de um mercado mundial de etanol com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já começou a render frutos: em 2007, a Agrishow recebeu 50 empresas de outros países que montaram estandes para expor máquinas e equipamentos agrícolas. Além disso, a feira movimentou US$ 4,2 milhões durante as rodadas em negócios – que reúne compradores estrangeiros e vendedores brasileiros se reúnem em salas com intérpretes, para facilitar as vendas. O resultado de 2007 foi 40% superior ao do ano passado. Só nestes encontros – que são previamente agendados pela Associação Brasileira de Fabricantes de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) – foram 3 mil visitas de executivos e empresários de 14 países diferentes. A fabricante Santal, especializada em equipamentos para plantio e colheita de cana-de-açúcar, sentiu o ânimo dos compradores internacionais nos negócios. Segundo a supervisora de exportações da empresa, Fabiana de Araújo, a procura estrangeira por equipamentos cresceu 30%. No geral, as vendas fechadas durante o evento somaram R$ 15 milhões, crescimento de 500%. "A demanda por cana cresceu tanto que estão faltando equipamentos no mercado. Este ano os compradores já vieram mais apressados, para fechar negócio já na feira mesmo", diz.

Modernização - O egípcio Nabil Sharaf participa pelo segundo ano consecutivo da feira. Nesta edição, ele representou seis empresas do Egito, com a missão de levar na bagagem alternativas para modernizar a indústria de cana-de-açúcar egípcia. "No Egito, nossos sistemas de produção de cana são ultrapassados. Meu sonho é poder usar os equipamentos que vi aqui lá no meu país", diz. "Os brasileiros têm um bom sistema de negociação. Sinto-me em casa aqui". O executivo do Sudão, Dirar Ahmedi, diz acreditar que a feira é uma boa oportunidade para estreitar as relações comerciais entre brasileiros e sudaneses. Ele representa o Dal Group, que atua nos setores de alimentos, engenharia mecânica, indústria farmacêutica e tem 3,9 mil funcionários no mundo todo. Para Ahmedi, o Sudão vive um momento de boas oportunidades para empresas brasileiras, principalmente no setor de açúcar e álcool. "O Sudão tem dinheiro ganho com exploração de petróleo para investir. Além disso, tem programas de expandir a produção de cana e iniciar a de álcool. É um assunto crescente", diz. (G1 Notícias)

Conteúdos Relacionados