COMERCIALIZAÇÃO: Governo pretende liberar R$ 2 bilhões para cooperativas
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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, voltou a afirmar que o governo federal vai liberar R$ 2 bilhões para as cooperativas agrícolas do país, com o objetivo específico de estimular a etapa de comercialização. Ele disse que esses recursos estarão disponíveis até o início do próximo ano. O ministro fez essas declarações nesta terça-feira (16), logo após audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para debater os impactos da crise econômica mundial sobre o setor agrícola brasileiro. "Será uma terceira linha de financiamento, pois o governo já anunciou uma linha para as cooperativas de crédito e outra para as cooperativas no que se refere à produção", ressaltou ele. Stephanes reiterou que os R$ 2 bilhões serão utilizados para aumentar o capital de giro das cooperativas e, assim, impulsionar a comercialização de produtos agrícolas, "que é a grande preocupação do governo".
Dificuldades - Durante a audiência, o ministro admitiu que há dificuldades para que o crédito liberado pelo governo "chegue efetivamente às mãos dos produtores rurais", tanto devido a problemas burocráticos como pela "aversão ao risco" por parte dos bancos privados. Mas ressaltou que o "governo agiu com muita rapidez dentro das possibilidades existentes".
Ocepar - O senador Osmar Dias (PDT-PR), também presente na reunião, afirmou que, de acordo com o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, "o crédito repassado pelo Banco do Brasil, cooperativas de crédito e bancos de fomento (BNDES/BRDE) está chegando, mas o dos bancos privados não está. Eu estive no interior do estado (o Paraná) - afirmou o senador - e constatei que o crédito está demorando a chegar aos agricultores, mesmo aquele oferecido pelo Banco do Brasil". Osmar Dias disse ainda que, de acordo com Koslovski é necessário que os bancos privados repassem ao setor produtivo, a contrapartida dos recursos dos depósitos compulsórios que deixaram de ser recolhidas ao Banco Central. Segundo Koslovski, "o fim da exigibilidade dos depósitos compulsórios, tomada pelo governo, foi uma medida emergencial contra a escassez de recursos no mercado. Só que, infelizmente, muitos bancos não estão fazendo sua parte", lembra ele.
Repasse direto - O presidente do Sistema Ocepar lembrou que a entidade tem solicitando de forma insistente ao governo, para que os recursos disponibilizados pelo governo, via BNDES, sejam repassados diretamente para as cooperativas de crédito e agropecuárias. "Hoje, as cooperativas, tanto de crédito como as agropecuárias, estão presentes em quase todos os municípios paranaenses, uma capilaridade que poucas instituições possuem e seria uma forma segura e rápida de fazer os recursos chegar àqueles que realmente irão produzir alimentos", lembrou. (Com informações da Agência Senado)