COMÉRCIO EXTERIOR II: Consultor propõe taxar exportação

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Em meio às discussões sobre o que fazer para deter a trajetória de valorização do câmbio, o consultor Michal Gartenkraut defende a instituição temporária de um imposto de exportação sobre commodities. Para ele, a medida ajudaria a reduzir a oferta excessiva de dólares proveniente das vendas externas de produtos primários, como minério de ferro e soja, cujas cotações estão em níveis elevados no mercado internacional. A proposta está longe de obter a unanimidade entre os economistas. Os mais ortodoxos a criticam por avaliar que ela pode introduzir mais distorções na economia, além de haver o risco de que o imposto seja "eternizado", algo complicado num país com carga tributária estratosférica. Já os mais heterodoxos vêem a medida com simpatia, considerando que ela pode ajudar a frear a queda do dólar. Para ele, o imposto sobre exportação de commodities seria o instrumento de política econômica mais adequado para a situação que o país enfrenta, marcada por "preços de alguns produtos de exportação extraordinariamente altos".

Menor oferta de dólares - Com a taxação das vendas de commodities, haveria uma oferta menor de dólares, pois parte dos recursos obtidos com as exportações ficaria com o governo. Gartenkraut ressalta que propõe um tributo temporário. Segundo ele, o ideal seria destinar os recursos obtidos para um programa de apoio à exportação - como o do BNDES -, "mantendo assim o dinheiro gerado dentro do próprio setor". Ele diz ainda que seria importante haver "uma redução proporcional e seletiva dos tributos federais sobre a importação para evitar um aumento da já elevada carga tributária". "PIS e Cofins seriam os principais candidatos", afirma Gartenkraut, lembrando que a queda dos tributos nas compras externas ajudaria a diminuir a ampla oferta de dólares e poderia compensar algum eventual efeito inflacionário da alta do dólar. (Valor on line)

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