Comissão Brasileira de Pesquisa da Aveia se reúne na Agrária

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A Cooperativa Agrária vai sediar a XXVI Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa da Aveia. O evento, o mais importante em âmbito nacional dentro deste segmento, ocorrerá de 4 a 6 de abril de 2006, no Centro Cultural Mathias Leh, em Entre Rios (Guarapuava), sede da coopertiva. A Comissão Brasileira de Pesquisa da Aveia reúne todas as entidades de ensino, pesquisa, extensão, cooperativas, produtores de sementes, entidades governamentais, particulares e indústrias voltadas ao desenvolvimento da cultura da aveia em território brasileiro. Durante o evento, serão apresentados trabalhos na área de aveia, com destaque para perspectivas de mercado e proteção de cultivares, entre outros temas. Para os pesquisadores de aveia, a reunião é uma referência. Ao final do encontro será publicado um resumo dos trabalhos apresentados que serve de orientação sobre a atual situação da aveia no Brasil.

Divulgação - O site da Agrária (www.agraria.com.br) divulgará o evento e entrevistas com o coordenador da reunião, Juliano Luiz de Almeida, um dos pesquisadores da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA) e que atua na área de cereais de inverno. Desde o início deste ano, um hot site dentro da página eletrônica da Agrária já vem orientando sobre vários detalhes ligados ao encontro, como o local e os horários. Ao lado do trigo e da cevada, a aveia é uma das culturas de inverno tradicionalmente produzidas pela Agrária. Em 2005, segundo o relatório anual da Cooperativa, o volume chegou a 7.346 toneladas.

Dia de Campo Regional em milho e soja - A Agrária realizou, no último dia 23/3, Dia de Campo Regionalizado sobre Milho e Soja, na região de Candói, registrando a presença de 52 participantes - número considerado bom diante de um dia chuvoso. Com a participação de pesquisadores da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), de agrônomos e cooperados, ao lado do diretor presidente da Agrária, Jorge Karl, e do Vice presidente, Paul Illich, o Dia de Campo Regional começou por volta das 14h, na Fazenda Esperança, na localidade de Três Capões, analisando híbridos de milho. Na seqüência, o Dia de Campo Regionalizado prosseguiu na Agropecuária São Pedro, abordando cultivares de soja, incluindo algumas de tecnologia RR.

Informação em tempo real - Responsável pelos ensaios de milho mostrados na primeira parte do Dia de Campo Regionalizado, o pesquisador Noemir Antoniazzi avaliou que, apesar da chuva, o evento cumpriu seu objetivo, que foi o de mostrar para o cooperado a "informação em tempo real", dando a oportunidade de se comparar materiais diferentes cultivados em condições semelhantes. Antoniazzi ressaltou a importância dos dias de campo regionais lembrando que são estes eventos que dão oportunidade para se verificar o desempenho dos materiais em regiões diversas, complementando assim as informações obtidas nos experimentos realizados na Fapa com os mesmos materiais. "Uma coisa é o resultado na FAPA, onde não ocorre seca, outra é em regiões como Candói, Pinhão e Murakami (Campina do Simão)", comparou.

Híbridos rústicos - Comentando a necessidade de se reduzir custos e aumentar a produtividade em tempos de preços considerados pouco lucrativos, o pesquisador comentou que uma alternativa de emergência seria realizar uma adaptação do manejo, com a adoção de híbridos rústicos, mais tolerantes, que permitem utilizar menor adubação. Dependendo do caso, mesmo diante de uma queda de produtividade, o produtor poderia ajustar a relação entre gastos e ganhos. Mesmo assim, recordou, é sempre fundamental se orientar com o agrônomo responsável e até com os pesquisadores da FAPA, antes de qualquer decisão que signifique uma mudança de padrão tecnológico.

Alternativas em soja - Para o pesquisador Vitor Spader, que comentou cultivares de soja, o dia de campo também atingiu seu objetivo de levar aos produtores as novas alternativas em termos de soja adaptada à região de atuação da Agrária. Spader destacou que outro ponto importante para os participantes é que nos dias de campo a Fapa nunca apresenta cultivares desconhecidas. "Primeiro, nós avaliamos esses materiais aqui por pelo menos dois anos e, aqueles que se destacam, nós os colocamos nestas faixas para o produtor ver", contou, detalhando que a comparação sempre se reporta a materiais conhecidos. O pesquisador observou que, além disso, são apresentados somente cultivares com potencial no mínimo igual aos já utilizados atualmente. Ainda conforme analisou, participar dos dias de campo é também conhecer as vantagens de cada cultivar e suas características em relação a plantio, população de plantas e sanidade.

Transgênicos - Os cultivares transgênicas estiveram no centro das atenções e da curiosidade dos participantes, mas Vitor Spader defendeu uma visão baseada em resultados independente do tipo de tecnologia. Legais e registrados para a região, nenhum dos materiais transgênicos apresentados superou os convencionais. "Sabemos que não são cultivares excepcionais para a região, mas são as que estão disponíveis. Há materiais novos, que estão vindo e que têm uma posição melhor", contou Spader. "Não é preciso tanta pressa para entrar nos transgênicos. É necessário colocar os custos na ponta lápis para ver se é viável. A gente quer sempre o material que tiver o maior retorno. É isso o que interessa para o produtor e para a cooperativa", concluiu o pesquisador.

Conteúdos Relacionados