COMMODITIES: Alta agrícola também na BM&F em janeiro

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Todos os seis contratos de produtos agropecuários negociados na BM&FBovespa encerraram o primeiro mês do ano em alta. O movimento repete o que ocorreu com oito as principais commodities agrícolas negociadas no mercado internacional. Todas elas avançaram em janeiro, o que não ocorria, de forma simultânea, desde junho do ano passado.

Soja - O destaque na bolsa brasileira foi a soja. Os contratos de segunda posição de entrega (que normalmente apresentam maior liquidez) encerraram o mês em alta de 18,88%, negociados por US$ 21,86 por saca de 60 quilos, na média, segundo cálculos do Valor Data. Embora, nos últimos 12 meses, o preço médio dos contratos tenha recuado 18,37%, no acumulado dos últimos 24 meses a alta é superior a 40%. As baixas do preço da soja dos últimos meses, amenizadas em janeiro, ainda estão longe de devolver o grão para níveis próximos aos registrados antes da "agroinflação", que ganhou força em 2008. "Depois de vários meses, o mês foi de altas generalizadas, principalmente na primeira quinzena", disse Bernardo Coutinho Souza Lima, sócio e diretor da Souza Lima Corretora.

Bolsa de Chicago - Os contratos de soja negociados na BM&FBovespa seguiram o movimento ocorrido na bolsa de Chicago, referência internacional para a formação dos preços do grão. "O que ocorreu em janeiro foi, basicamente, China e Argentina", disse Eduardo Tang, analista da Terra Futuros. Os chineses, pelo lado da demanda, já que as compras de soja realizadas pelo gigante asiático têm sido um dos motores das altas recentes. A Argentina, pelo lado da oferta. A estiagem no país vizinho aumentou o temor de baixa oferta do grão, o que também motivou a disparada dos preços em Chicago - e, na esteira, na bolsa brasileira.

Semana crucial - Esta semana será crucial para a análise dos destinos do preço da soja nos próximos meses. Passadas as comemorações do ano novo chinês, será possível verificar se as aquecidas compras efetuadas pelo país tinham relação com efetiva necessidade do grão ou eram apenas preventivas para o início do novo ano, diz Tang. "Amanhã [terça-feira 3/02] eles podem retornar ao mercado com menos agressividade", diz o analista.

Milho - Os contratos de milho na BM&FBovespa subiram 7,71% em janeiro, para R$ 24,08 a saca de 60 quilos, na média, de acordo com cálculos do Valor Data. Cotado em moeda nacional e voltado basicamente ao abastecimento do mercado interno, o grão sofre mais influência dos fundamentos locais de oferta e demanda. Em janeiro, contudo, a seca na Argentina, além da registrada em importantes Estados produtores, como Paraná e Rio Grande do Sul, também ajudou a impulsionar os preços, diz Tang. "O mercado começou a crer que, se a quebra da safra argentina for muito grande, parte do milho brasileiro também irá para exportações", afirmou.

Boi gordo - O boi gordo, produto mais negociado na bolsa brasileira, subiu 1,76% em janeiro, para R$ 80,41 a arroba na média, de acordo com o Valor Data. Com exportações travadas e oferta restrita de matéria-prima aos frigoríficos - o setor vive um período de baixa no ciclo de oferta de bovinos -, o boi gordo está à procura de um norte para se balizar. "O mercado ficou janeiro todo na expectativa de um novo fato positivo. A tendência é de baixa porque devem começar a entrar os bois de pasto, o que vai aumentar a oferta", diz Julie Trabulse, da corretora Terra Futuros. (Valor Econômico)

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