Conab não admite que houve erro nos estoques de milho

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O gerente de oleaginosas e carnes da Conab em Brasília, Carlos Eduardo Tavares, não concorda com a matéria publicada com exclusividade pelo Cocamar Notícias. Na matéria foi dito que o mercado ficou surpreso com o repentino aparecimento de mais de 3 milhões de toneladas de milho nos estoques oficiais: no mês passado a Conab publicou levantamento de oferta e demanda no qual apontou que o estoque final no País era de 7,781 milhões de toneladas. O problema é que, no levantamento anterior, publicado em agosto, o volume não passava de 4,953 milhões de toneladas. Em abril, era ainda menor: 4,853 milhões. A diferença, de 3,305 milhões de toneladas, contribuiu para deprimir fortemente os preços do produto, que começaram o ano na faixa de R$ 12,00 a saca de 60 quilos, subiram para R$ 17,00 entre julho e agosto e despencaram a seguir para os atuais R$ 10,50, abaixo até mesmo do preço mínimo estabelecido pelo governo federal, de R$ 13,50.

Importadas - Tavares se disse, inclusive, surpreso. Ele afirmou que o ministro Roberto Rodrigues jamais teria dito que precisariam ser importadas 6 milhões de toneladas de milho, no começo do ano, conforme saiu na matéria. Segundo ele, esse volume foi ventilado na internet, mas a fonte nunca foi o ministro. A respeito da diferença nas projeções dos estoques, o gerente disse que as estimativas feitas em agosto pela Conab foram com base na tabela de consumo de suinocultores, avicultores e outros consumidores de milho. - Portanto, as associações e entidades que agora estão reclamando das projeções deveriam ter analisado o estudo (disponível no site da Conab) e contestado os números - . Tavares observou também que a - diferença - no estudo de demanda ocorreu não por erro nos números mas porque a Conab mudou a forma de contagem de - ano comercial - para - ano cível - . O ano comercial, explica, era contado de 1º de fevereiro a 31 de janeiro. O ano cível é contado de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Desta forma, as exportações que ocorrem fortemente em janeiro não entraram na contagem. - Temos que enganar para subir o preço ou temos que falar a verdade? - , inquiriu.

Preço - O gerente nega que a diferença das projeções da Conab tenham ajudado a derrubar o preço do milho. Segundo ele, em função da baixa demanda que ocorre nesta época, o milho costuma cair naturalmente. - A tendência é o preço reagir a partir de 15 de janeiro - . Por outro lado, ele afirma que a Conab está enxugando do mercado quase 1 milhão de toneladas de milho, totalizando R$ 194,7 milhões . Só do Paraná estão sendo adquiridas 240 mil toneladas (a um custo de R$ 54 milhões). Segundo o gerente, essa quantidade foi acertada na última reunião em Curitiba, no início deste mês, na presença inclusive de cooperativas. Inicialmente a Conab pretendia gastar R$ 30 milhões na compra do milho paranaense, mas a cota foi para cima em função daquilo que ficou acertado na reunião. Segundo a Conab, a produção nacional de milho vem caindo há 3 anos em função das adversidades climáticas. Em 2002/03, foram 47 milhões de toneladas. Em 2004/05, 35 milhões. E a perspectiva para 2005/06 é de R$ 40 milhões de toneladas. (Imprensa Cocamar)

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