CONCRED I: Bancos cooperativos deram autonomia às cooperativas de crédito
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A trajetória que o cooperativismo de crédito percorreu até conquistar o direito de ter os seus bancos cooperativos e o papel dessas instituições no contexto das cooperativas de crédito e no mercado bancário atual foram os assuntos abordados pelo presidente do Banco Cooperativo Sicredi, Ademar Sharong, nesta quinta-feira (26/08), no 8.º Congresso de Cooperativismo de Crédito/Concred, em Foz do Iguaçu. Para o dirigente, a criação dos Bancos Cooperativos foi a grande alavanca para a autonomia das cooperativas de crédito no Brasil. "Foi o passo de libertação porque com eles as cooperativas não dependem mais de outro banco para funcionar", disse.
História - A constituição dos bancos cooperativos foi autorizada pela resolução nº. 2193 do Conselho Monetário Nacional (CMN), publicada em agosto de 1995. O Banco Cooperativo Sicredi foi o primeiro banco cooperativo privado do Brasil. Sua constituição ocorreu logo após a autorização do CMN, ainda no ano de 1995. "Sua criação foi um marco para as sociedades cooperativas. E na esteira desse condão de liberdade, nasceram outras instituições, como o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), todos com total liberdade para se reestruturar, viver e morrer, a custas daquilo que for ideal para o seu quadro social. Em todos os países do mundo, o cooperativismo só é bem sucedido se houver um governo democrático e livre comércio e de mercado. E o Brasil começou a viver isso, a partir de 1988, e deu um passo ainda maior em 1995, com a criação dos bancos cooperativos", pontuou o dirigente.
Sustentabilidade - Segundo Ademar Sharong, a função dos bancos cooperativos é ser um instrumento para o ramo crédito do cooperativismo. Atuando como ponte entre as sociedades cooperativas e o mercado financeiro, os bancos viabilizam os produtos e serviços bancários oferecidos aos cooperados, desenvolvem programas especiais de financiamento, administram em escala os recursos do sistema cooperativo de crédito, desenvolvem produtos corporativos e políticas de comunicação e marketing.
Portfólio - "O Banco Cooperativo Sicredi, a exemplo dos demais bancos cooperativos, possui um portfólio de produtos do mesmo nível das instituições bancárias privadas. E, como a função principal é viabilizar a relação interna e externa dos negócios das cooperativas, os bancos têm, portanto, um papel fundamental para a sustentabilidade dessas organizações", disse. Os bancos cooperativos, dissociados das cooperativas, completa Sharong, não teriam objetivo claro e definido para a sociedade. "Antes de entregar à sociedade um produto ou serviço bancário, temos que entregar a ela uma cooperativa. Essa é a razão de existir dos bancos cooperativos", frisou.