CONFERÊNCIA DA ONU: \"Gurts\" é um dos temas muito discutidos durante a COP8

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As sementes produzidas a partir da utilização de Técnicas de Restrição de Uso Genético (Gurts, na sigla em inglês), também conhecidas como “Terminator” ou “sementes suicidas” é um tema que vem sendo muito discutido na oitava Conferência das Partes da ONU, que está sendo realizada em Curitiba. Para o analista da Ocepar Gustavo Sbrissia, que participa da conferência, a pergunta chave nas discussões é: “Se essas sementes, representam mais um grande risco para o meio ambiente e à saúde humana ou podem trazer a solução para o problema da contaminação de lavouras convencionais pelas plantas transgênicas?” O outro questionamento é se os testes de laboratório e campo feitos com as Gurts devem continuar ou têm que ser banidos completamente.

Posições – Segundo Sbrissia, no atual cenário das discussões há, basicamente, duas posições sobre as Gurts. A primeira delas defende o “principio da precaução” e quer uma suspensão para todos os testes e solicitações de comercialização das sementes. A segunda posição, adotada pelos países que tradicionalmente vêm defendendo uma postura mais liberal em relação às transgênicas, é que as solicitações de pesquisa e comercialização sejam analisadas “caso a caso”. Vários países, como o México, Estados Unidos, Japão, Canadá, Argentina, Austrália e Nova Zelândia, defendem que os riscos das Gurts sejam analisados individualmente,. Os paises da África, por sua vez, afirmaram que as Gurts representam um grande risco à soberania alimentar e aos direitos dos agricultores nos paises mais pobres. Segundo Sbrissia, a postura do governo brasileiro nesse momento é contrária à tecnologia, no entanto novamente existem divergências internas, colocando de um lado o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de outro os ministérios da Agricultura e da Ciência e Tecnologia. Apesar da orientação dada pelo Itamaraty no sentido de que os membros da delegação governamental não externassem suas diferenças, ficou claro que mais uma vez o Brasil não tem posicionamento concreto e claro.

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