Cooperativas querem R$ 2,1 bilhões para comercialização da safra

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O setor cooperativista quer a imediata liberação de R$ 2 bilhões para apoiar a comercialização da safra de grãos. O pedido foi apresentado ontem (14/02) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, por um grupo de dirigentes de cooperativas agropecuárias e agroindustriais, liderados pelo presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas. Segundo Freitas, o PIB (Produto Interno Bruto) Agropecuário poderá ter uma queda de R$ 13 bilhões neste ano, caso o governo federal não socorra os produtores rurais neste momento de colheita da produção. Em 2005, os agricultores tiveram uma perda de renda de R$ 17 bilhões.

Lideranças - Também participaram da reunião os vice-presidentes da OCB, Ronaldo Scucato e Luiz Roberto Baggio; os presidentes das organizações das cooperativas dos Estados do Paraná, João Paulo Koslovski; do Tocantins, Ruiter Pádua; do Mato Grosso, Onofre Cezário de Souza Filho; do Mato Grosso do Sul, Waldir Pimenta, e de Goiás, Antônio Chavaglia. Edivaldo Del Grande, diretor do ramo agropecuário da OCESP, representou o presidente da entidade Evaristo Machado Netto, além da participação do superintendente do Sistema OCB, Marco Aurelio Fuchida e de representantes de cooperativistas e técnicos da OCB. As lideranças do setor cooperativo propõem que sejam usados recursos das Operações Oficiais de Crédito (OOC), do Tesouro Nacional, para apoiar a comercialização da safra, por meio de AGF (Aquisições do Governo Federal), EGF (Empréstimos do Governo Federal), entre outros mecanismos.

Evitar queda de preços - “Precisamos liberar urgentemente esses recursos para acudir os produtores neste momento de depressão de preços”, afirma Freitas, apontando o câmbio e a taxa de juros como os principais responsáveis pela crise agrícola. O presidente da OCB disse que os produtores precisam ter uma sinalização do governo federal, ainda em fevereiro, de que esses recursos serão liberados. Caso contrário, isso poderá ter reflexos no futuro, com uma redução da atividade rural. “Hoje, o pessoal está desanimado porque está vendo, mesmo antes da colheita, que não dará para pagar as dívidas. No Centro-Oeste, por exemplo, o milho está sendo vendido abaixo do preço mínimo.” Além da liberação de recursos para enfrentar problemas conjunturais, o presidente da OCB defende necessidade de o governo adotar medidas estruturantes de política agrícola. “Só as ações emergências não vão ajudar. Precisamos de projetos estruturantes para dar estabilidade ao setor.”

Perda da safra e de renda - O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, apresentou ao ministro um estudo que mostra a perda de 10 milhões de toneladas de produtos nas duas últimas safras, bem como gráficos que comprovam a perda do poder de troca da agricultura em relação aos fatores de produção e custo de produção final. Koslovski enfatizou que, além da perda da safra, o maior problema a ser resolvido é da perda de renda do setor observado nos últimos anos, com repercussão negativa na economia e no emprego. “Por isso foi sugerido ao ministro que sejam adotadas medidas emergenciais para recuperação da renda, através de um plano de longo prazo, de forma a garantir a geração de empregos no setor”. Após a reunião do o ministro Roberto Rodrigues, Koslovski e o vice-presidente da OCB e diretor da Ocepar, Luiz Roberto Baggio, foram recebidos pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a quem mostraram as dificuldades da agricultura, pedindo seu apoio na busca de soluções junto ao governo. O ministro se colocou à disposição do setor, afirmando que conversaria com o ministro Roberto Rodrigues em busca de solução aos problemas apresentados.

Apoio do Congresso - De acordo com Freitas, o setor também buscará a apoio do Congresso para ver atendidos os pedidos apresentados hoje ao ministro Roberto Rodrigues. “Queremos resolver os problemas dos agricultores antes que afetem as cooperativas”, ressaltou. Os problemas de queda de renda no campo também já estão tendo reflexos na atividade industrial dos estados com forte participação da agroindústria, como Rio Grande do Sul e Paraná. (Assessoria Mapa e OCB)

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