COPACOL: Grupos ampliam os negócios e investem em novos ramos de atuação
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Depois de 26 anos produzindo frango, a Copacol, da pequena Cafelância (Oeste do Paraná), decidiu radicalizar em seus negócios. Em nome da diversificação e da sustentabilidade no campo, a cooperativa começará, em abril deste ano, as operações experimentais do seu mais novo empreendimento: um abatedouro de peixes. Isso mesmo. A sociedade cooperativa que construiu sua marca na avicultura agora vai produzir e industrializar tilápias. A inauguração da indústria está prevista para maio, no município de Nova Aurora (60 quilômetros de Cascavel).
Laranja - Em outra região, no Noroeste do estado, um grupo de investidores liderado por empresas da cadeia produtiva do frango também inova e começa implantar pomares de laranja. São duas empresas avícolas, um laticínio e até donos de hotéis que se uniram para criar a Agrocitros, que está plantando 409 alqueires de laranja em Cruzeiro do Oeste (140 quilômetros de Maringá). O aporte inicial de capital soma R$ 9 milhões, recurso que está sendo aplicado no arrendamento da área e na infra-estrutura de plantio e manejo do pomar.
Fonte de recursos - Copacol e Agrocitros garantem que o frango vai bem, obrigado - produção, consumo e exportação inclusive aumentaram no ano passado. A fonte de recursos para o fomento das novas atividades, de acordo com as empresas, é justamente o resultado da avicultura. A alegação é que, mais do que diversificar, o peixe e a laranja representam novas fontes de renda e a ampliação dos negócios. No exemplo da citricultura, investimento direto. Na piscicultura, um pouco diferente, por se tratar de pequenos produtores, organizados por uma cooperativa. A finalidade é a mesma, de obter lucro, mas com um componente social mais destacado.
Organizar atividade - Valter Pitol, presidente da Copacol, diz que o objetivo é organizar a cadeia do peixe e viabilizar a atividade na região. "A intenção é garantir o apoio necessário para manter o produtor na atividade e no campo. Até porque, o impacto no faturamento da cooperativa não será muito grande, em torno de 2% dos R$ 870 milhões previstos para 2008", explica o dirigente. Na construção do frigorífico, estão sendo aplicados R$ 12 milhões. A piscicultura vem sendo discutida dentro da Copacol há pelo menos 10 anos. O atual projeto, no entanto, começou a sair do papel em agosto do ano passado.
Clube de investimento - No caso dos produtores de frango que estão plantando laranja, forma-se uma espécie de clube de investimento. É uma aposta na mudança de ramo de atuação, mas também uma alternativa de renda no agronegócio, inclusive para pessoas e empresas de outros segmentos. "Vimos nesse negócio uma opção rentável de empreendimento e a possibilidade de integração com a criação de aves, nossa primeira atividade ", destaca Ciliomar Tortola, diretor industrial do Grupo Canção, abatedouro de frango que tem 15% de participação na Agrocitros. "E, ao contrário do que se possa imaginar, é o frango que nos dá a possibilidade de investir na laranja." Assim como a cooperativa, o grupo detém toda a cadeia produtiva da avicultura, do incubatório ao abatedoutro, com fábrica de rações e aviários.
Faturamento - Os números da Copacol reforçam a afirmação de Tortola. A produção e o faturamento da cooperativa, onde o frango responde por 70%, só vêm aumentando nos últimos anos. Em 2007, foram R$ 690 milhões, um crescimento de 20% sobre 2006. (Gazeta do Povo/Caminhos do Campo)