CRÉDITO: Agência de Fomento quer apoiar cooperativas

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A Agência de Fomento poderá investir e capitalizar a Cooperativa de Crédito Mútuo dos Servidores do Paraná (Paranacoop), proposta do Governo do Estado para o funcionalismo público. O anúncio foi feito pelo governador Roberto Requião nesta terça-feira (15/05), durante a reunião semanal da Escola de Governo, que tratou, entre outros temas, do projeto de criação de uma cooperativa para os servidores. Sobre o assunto, o presidente estadual do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), Jefferson Nogaroli, fez uma palestra na qual explicou como funciona e quais as vantagens do cooperativismo, particularmente o de crédito. “O projeto da Paranacoop existe desde o início do nosso governo. Não será uma cooperativa do governo, mas sim dos servidores. Então, se os funcionários públicos tiverem interesse no projeto, a Agência de Fomento está disposta a investir, com R$ 10 milhões, propostos pelo presidente do Sicoob, ou até R$ 20 milhões”, declarou o governador.

Decisão - Requião destacou que a decisão sobre a criação ou não da cooperativa caberá aos servidores. Salientou, no entanto, que a instituição da cooperativa vai ser fundamental para os funcionários públicos escaparem das altas taxas de juros cobradas pelos bancos na concessão de empréstimos consignados (ou seja, com desconto da prestação direto do salário). O governador lembrou ainda que as sobras de uma cooperativa retornam para os associados, ao contrário dos lucros dos bancos, revertidos apenas aos banqueiros.

Sobras - Essa diferença essencial entre cooperativa e banco foi ressaltada também pelo presidente do Sicoob, Jefferson Nogaroli, durante sua explanação. “Em cooperativismo não falamos em lucro, mas sim em sobras, e, quando, elas acontecem, são divididas entre os cooperados”, enfatizou. Nogaroli explicou ainda que o dinheiro movimentado por uma agência de cooperativa de crédito é revertido em investimentos na comunidade onde está localizada. “O dinheiro não vai para a Avenida Paulista ou para Manhattan”, disse, referindo-se à evasão dos lucros das grandes instituições financeiras para as suas sedes.

Sicoob - O presidente do Sicoob contou que o sistema existe no Paraná desde 2001. Inicialmente, eram quatro cooperativas em todo o estado, com ativos (patrimônio) que somavam R$ 11 milhões e 2 mil associados. Hoje, os ativos beiram os R$ 300 milhões e o sistema já está com 19 cooperativas, além de outras quatro em fase de constituição. “A maior parte das cooperativas é de pequenos empreendedores, mas há uma de servidores públicos também (em Dois Vizinhos)”, informou Nogaroli. “No Brasil, o cooperativismo de crédito sempre enfrentou o ‘lobby’ da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), mas no primeiro governo do presidente Lula foram flexibilizadas leis para fomentar a criação dessas cooperativas.”

Vantagens - A fundação de uma cooperativa de crédito para o funcionalismo público estadual esbarra em algumas dificuldades que, porém - em razão das vantagens -, podem e valem a pena serem enfrentadas, de acordo com o presidente do Sicoob. O desconhecimento do que é cooperativismo, o endividamento que os servidores já têm com os bancos e, sobretudo, a necessidade de um investimento para capitalização, são os principais obstáculos, enumerou Nogaroli. Por outro lado, a oferta de empréstimos a juros bem abaixo do mercado financeiro convencional, a isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e as tarifas bastante inferiores às cobradas pelos bancos, “além da distribuição do resultado anual”, são algumas das “fortalezas”, como definiu Nogaroli, do cooperativismo de crédito.

Juros baixos - Uma comparação feita pelo presidente do Sicoob durante a apresentação ilustra o ganho que o cooperado tem com essas vantagens. Um empréstimo de R$ 1 mil que um servidor fizer por uma cooperativa, custaria – somando juros e taxas – exatos R$ 1.276,73. O mesmo valor de R$ 1 mil emprestado de um banco sai, com os juros e tarifas dessas instituições, por R$ 1.386,12. Ou seja, o cooperado tem um ganho de R$ 109,39, equivalente a mais de 10% do empréstimo obtido. “Tenho certeza que uma cooperativa de crédito do funcionalismo estadual é viável”, afirmou Nogaroli que, por fim, elogiou a iniciativa e o empenho do governador Requião em implantar um sistema mais justo aos servidores. “É um dos únicos, ou único governador, que tem coragem para isso.” (Agência Estadual de Notícias) 

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