Crise afeta produção de máquinas agrícolas no PR

A Case New Holland (CNH), gigante do setor de máquinas agrícolas instalada no Paraná, reduziu em mais da metade a fabricação de colheitadeiras no começo 2005 em comparação com o ano passado. O pé no freio da empresa é reflexo das apreensões no campo. A queda no preço internacional das commodities (soja, trigo e milho), a boa safra nos Estados Unidos e os estoques chineses deprimiram a cotação dos produtos agrícolas no mercado internacional. O desempenho da CNH em janeiro foi considerado como "o pior dos últimos dez anos" por uma fonte do Sindicato dos Metalúrgicos. Foram fabricadas menos de 129 colheitadeiras. No ano passado, a empresa havia montado 429 unidades, um número recorde. O valor médio de uma máquina deste porte é de R$ 700 mil. A retração do agricultor sinaliza para um ano difícil em 2005, ao contrário do ano passado. O número de tratores fabricados pela CNH, dona de 45% do mercado de pesados, em janeiro também refletiu a baixa expectativa do meio rural. Foram nove mil unidades no primeiro mês deste ano contra doze mil no mesmo período do ano passado. E as perspectivas não são nada boas para o departamento de vendas da fábrica paranaense. Se a produção não sai até março, fim da safra, só no ano que vem. A situação é tão ruim que a CNH demitiu 322 trabalhadores de sua fábrica no final do ano passado. A justificativa foi à baixa produtividade que o segmento esperava para esse período. Poderia haver novas demissões. Para compensar, segundo o Sindimetalúrgicos, a empresa teria aumentando o número de horas extras.(Gazeta do Povo)