CRISE NO CAMPO I: Ocepar e Faep unidas contra a crise
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A Ocepar e a Faep informam que no próximo dia 16 de maio, acontece em todo País, uma grande manifestação exigindo mudanças nas políticas agrícola e cambial, além de alongamento das dívidas, de forma a criar condições de sobrevivência aos produtores rurais. O "Grito do Ipiranga", como está sendo chamado este protesto nacional, tem por objetivo demonstrar à população as dificuldades por que passa o agronegócio. O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski ressalta que as manifestações localizadas no interior são importantes, mas que as negociações diretas, através da OCB e da CNA, continuem acontecendo para que as propostas que já foram encaminhadas ao governo se efetivem. Koslovski participa nesta terça-feira (09/05) de uma reunião na sede da OCB, em Brasília para debater o assunto. “Os produtores estão angustiados e querem demonstrar o seu descontentamento pela falta de sensibilidade do Governo Federal em resolver a grave crise pela qual atravessa a agropecuária e chamar a atenção da sociedade para a situação de desespero do campo. As recentes medidas adotadas pelo Governo Federal de prorrogar por um ano ou pouco mais as dívidas dos produtores rurais não é solução, afinal, a razão da crise está na política cambial que está deprimindo os preços dos produtos agropecuários, como já é do conhecimento geral”, lembra o dirigente cooperativista.
Faep – Para o presidente da Faep, Ágide Meneguette, a questão crucial está na falta de renda em função da queda generalizada de preços e de sucessivas secas que deram grande prejuízo aos produtores, principalmente no oeste e sudoeste do Estado. Somada a isto, a política cambial, que em curto prazo "é muito boa para o consumidor/eleitor, mas um desastre para a agropecuária e para o setor exportador em geral". "Alongar as dívidas como quer o pacote, com prazos curtos, é na verdade acumular dívidas sem a perspectiva de renda para pagá-las. Não resolve", afirmou Meneguette.
Apoio de outros setores - O protesto nacional de 16 de maio foi decidido numa reunião em Goiânia com representantes dos produtores do Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Os agricultores esperam contar com o apoio da indústria e do comércio, que sentem também as conseqüências da quebra da produção, perda de renda, preços agrícolas baixos e política monetária desfavorável. No ano passado, no Paraná, o valor bruto da produção agropecuária caiu para R$ 24 bilhões, contra R$ 31 bilhões em 2004. A previsão das entidades é de que neste ano o resultado seja até inferior a R$ 24 bilhões. “Os efeitos da crise na agropecuária atingem não apenas o campo, mas todos os setores da economia e da sociedade”, frisa o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski.
Mobilização - Para a mobilização do dia 16 de maio, máquinas e caminhões vão fazer bloqueios parciais nas saídas das cidades e entroncamentos rodoviários, ocasião em que será distribuído manifesto sobre a gravidade da crise agrícola. O trânsito será interditado de forma intercalada, por curtos períodos de tempo (uma hora de bloqueio por uma hora de liberação), de forma a não prejudicar a população. As manifestações serão organizadas de forma a ter o apoio dos prefeitos, câmaras de vereadores, cooperativas e associações comerciais, entre outras entidades da sociedade civil organizada. A orientação é para que as cooperativas e sindicatos rurais alertem os produtores de frango, leite, hortigranjeiros e outros produtos altamente perecíveis para que programem o transporte de forma a não serem prejudicados pelas barreiras no dia do protesto.