CRISE NO CAMPO I: Ocepar reúne dirigentes em Curitiba para debater a crise

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Com a presença de 43 presidentes de cooperativas agropecuárias do Paraná, foi realizado na manhã de hoje (22/03), no Hotel Lizzon, em Curitiba, o Fórum dos Presidentes das Cooperativas Agropecuárias, para discutir a crise vivida pelo setor e quais encaminhamentos que devem ser tomados pela entidade a partir de agora. O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, além de fazer uma detalhada explanação sobre os principais pontos da crise que atinge o agronegócio, das reivindicações de curto e longo prazo, também fez um relato de todas as ações que já foram desenvolvidas pela entidade, em parceria com a OCB, CNA e Faep, no sentido de sensibilizar as autoridades federais para que providências emergenciais venham ser tomadas. Koslovski falou sobre algumas medidas que já foram anunciadas pelo governo, mas que não resolvem o cerne da questão que é a descapitalização, endividamento e a taxa cambial. Koslovski disse que é necessário ampliar o nível de pressão no sentido de viabilizar as propostas que já estão em poder do governo. Até o fechamento desta edição a reunião não havia terminado e no Informe de amanhã daremos mais detalhes das decisões que foram tomadas.

Palestra – Para falar aos dirigentes das cooperativas agropecuárias, a Ocepar convidou o empresário e sócio-fundador do banco Cindam, Nathan Blanche, da Tendências Consultoria. Segundo ele, o câmbio não é culpado pela situação difícil vivida pela economia. “O Brasil tem problemas internos, problemas sérios, o setor está atravessando um momento difícil, mas não se pode pensar que o Brasil vai corrigir isso via taxa de câmbio. Porque se a taxa de câmbio estivesse errada o Brasil não seria recordista mundial em superávit de balança comercial”, analisou Blanche.

Rumos - Então, para se corrigir os rumos da economia, especialmente no agronegócio, avaliou Blanche, o caminho é via custos. “A primeira medida a ser tomada é verificar o dever de casa, ou seja, primeiro a eficiência de cada um, o que pode ser melhorado”, comentou. “Afinal, o mundo hoje é uma montadora de eficiências, quem não é eficiente vai cair fora do jogo. A mão invisível de Adam Smith está funcionando, talvez pela primeira vez”. E o Brasil tem uma vantagem comparativa, salientou o consultor. Então, a conclusão é fazer o dever de casa, porque pedir para o Banco Central comprar câmbio, ele não tem dinheiro para isso”, afirmou o consultor. Blanche defende a criação de uma Agência Nacional de Regulamentação do Agronegócio, que para ele, seria uma forma de estruturar melhor este setor. “Talvez seja o caminho para a solução de muitos dos problemas da agricultura brasileira”, ressalta.

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