CRISE NO CAMPO II: Protesto de agricultores em Rolândia

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Centenas de agricultores de Rolândia, Londrina, Cambé, Arapongas e Jaguapitã promovem nesta terça-feira (09/05), uma grande mobilização em defesa da agricultura brasileira. A concentração acontecerá na praça Castelo Branco (área central de Rolândia), a partir das 8 horas. Em seguida, os produtores irão até a agência do Banco Brasil pedir ao gerente prorrogação do contrato de suas dívidas. Na seqüência, os manifestantes prometem se dirigir até a praça de pedágio nas proximidades de Arapongas, onde irão entregar panfletos aos motoristas explicando a grave crise que atinge todo setor agrícola do País.

Apoio da comunidade - O presidente do Sindicato Rural de Rolândia, Nikolaus Schauff, disse que os agricultores esperam contar com o apoio da população urbana, sobretudo dos comerciantes. Para ele, os principais problemas enfrentados pelos produtores são: preços baixos dos produtos, dólar desvalorizado, quebra de safra devido as estiagens, juros abusivos, alto preço do pedágio, elevação dos insumos agrícolas, invasão de propriedades rurais e ainda o descaso do governo federal. Nikolaus explicou que o protesto em Rolândia será preparatório para a mobilização nacional dos agricultores que acontecerá no próximo dia 16 de maio. Batizado de “Grito do Ipiranga”, esse protesto visa demonstrar à população brasileira as dificuldades do campo e sensibilizar o Governo Federal a adotar medidas efetivas para combater a crise do setor, entre elas, a adoção de mudanças nas políticas agrícola e cambial, além de alongamento das dívidas, de forma a criar condições de sobrevivência a produtores endividados e sem renda.

Mobilização nacional - O protesto nacional foi decidido numa reunião em Goiânia com representantes dos produtores do Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Os agricultores esperam contar com o apoio da indústria e do comércio, que sentem também as conseqüências da quebra da produção, perda de renda, preços agrícolas baixos e política monetária desfavorável. No ano passado, no Paraná, o valor bruto da produção agropecuária caiu para R$ 24 bilhões, contra R$ 31 bilhões em 2004.  Para Nikolaus Schauff, tudo o que o governo anunciou até agora serve apenas como paliativo. “A situação de endividamento e falta de perspectiva do agricultor é insustentável. O governo precisa oferecer condições para que os produtores tenham condições de continuar plantando”, afirmou.  

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