CRISE NO CAMPO II: Sperafico defende medidas de apoio ao produtor
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"Enfrentamos uma das piores crises da história da agropecuária brasileira, seguramente a mais grave das últimas décadas, que já atinge toda a economia do interior, prejudicando cidades inteiras e não apenas a renda do agricultor". Assim o deputado federal Dilceu Sperafico, membro titular da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados e da Frente Parlamentar da Agricultura, define a atual situação do agronegócio brasileiro. Conforme ele, os setores mais atingidos os de grãos, bovinocultura de corte, suinocultura e avicultura, que pedem socorro às autoridades. "São necessárias medidas urgente e abrangentes, pois se a crise não for atacada no menor prazo possível, toda a economia nacional será afetada. Se não forem adotadas providências imediatas, o quadro se agravará cada vez mais e as conseqüências serão drásticas", argumenta. "Já realizamos diversas reuniões com o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e temos esperança do Governo atender nossas solicitações, prorrogando prazos de pagamento de financiamentos de custeio, liberando novos e maiores recursos para comercialização da safra, renegociando parcelas de empréstimos para investimentos e implantando definitivamente o seguro rural", explica.
Riscos à atividade - Na opinião de Sperafico, não é exagero afirmar que a atual crise é a maior de todos os tempos. "Nenhum produtor lembra dificuldades semelhantes se abatendo sobre a agricultura e o agronegócio brasileiro nos últimos 20, 30 anos ou mais. Se providências não forem tomadas agora, nosso agricultor acabará numa situação muito difícil e poderá ter de abandonar a atividade", alerta. "No esforço para encontrar soluções, a bancada ruralista manteve reuniões nos últimos dias com o ministro da Agricultura, secretário de Política Agrícola e outras autoridades. O objetivo é encontrar alternativas capazes de amenizar um pouco a grave situação. Nossa proposta é que o Governo edite medida provisória para efetivamente ajudar o agronegócio e a agricultura brasileira a enfrentar e sobreviver às atuais dificuldades", destaca. A situação, segundo ele, é muito grave e se complica cada vez mais com problemas de sanidade animal. "Além da aftosa e paralisação de exportações de carnes bovina e suína, agora é a gripe aviária que ameaça a avicultura do País e do mundo. Mesmo sem ter chegado ao Brasil, o que esperamos nunca aconteça, a doença já está causando problemas muito sérios, pois as vendas externas de carne de frango estão caindo", afirma.
Avicultura - A gripe aviária, na sua opinião, está inviabilizando toda a cadeia produtiva da avicultura nacional, implantada visando as exportações. "A situação é muito grave e por isso estamos solicitando do Governo uma medida provisória capaz de minimizar ou reduzir os efeitos desta grave crise, permitindo que o produtor se mantenha no campo e ganhe tempo para saldar seus débitos", acrescenta. "Na medida provisória estamos solicitando inclusão de prorrogação de financiamentos de custeio para os agricultores que estão com dificuldades para honrar os compromissos e de parcelas de empréstimos para investimentos que vencem nesta safra, além de imediata regulamentação do seguro rural, para que o produtor tenha mais tranqüilidade ao aplicar dinheiro na formação de suas lavouras", protesta Sperafico.
Prejuízos - "É muito triste e lamentável saber que o agricultor depois de haver investido, trabalhado e produzido, está sofrendo prejuízos em sua atividade, a ponto de, muitas vezes, ser obrigado a vender a propriedade, continuar endividado e se tornar mais um sem-terra. A situação é muito grave e nós precisamos que o Governo tome alguma providência urgente", defende. "É lógico que não vamos conseguir a solução para todos os problemas da maneira com que o agricultor deseja de uma só vez. Sabendo que a medida provisória não atenderá todas as nossas reivindicações, fizemos tramitar no Congresso Nacional projeto de lei prevendo uma ampla renegociação de todo o endividamento do setor agropecuário nacional", esclarece. "Hoje já são mais de 500 mil agricultores inscritos na dívida ativa da União sendo executados pela Receita Federal. É muito triste saber que o agricultor plantou, trabalhou, produziu e agora está sendo executado pelo próprio Governo, que cria as maiores dificuldades para o homem do campo. Estamos na luta para reverter esse quadro e conseguir algum benefício com a urgência que a situação e as dificuldades do nosso produtor exigem", conclui o parlamentar. (Assessoria Parlamentar)