CTNBio: Novo quorum pode viabilizar algodão no Paraná

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A redução do quorum da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) pode resolver muitos problemas ligados à agricultura, especialmente à produção de algodão. O diretor da Abrapa e presidente da Associação Paranaense de Produtores de Algodão (Acopar), Almir Montecelli, disse que isso pode representar a diferença entre a vida e a morte do setor de algodão no Paraná, inclusive da produção de sementes.  “O mundo vai evoluindo no uso de tecnologias e se ficamos parados perdemos a competitividade. Era isso que vinha acontecendo. A China, a Índia, os EUA e o Paraguai avançaram e nós ficamos travados por questões ideológicas”, afirma Montecelli, referindo-se à dificuldade na aprovação, pela comissão, das inovações tecnológicas, incluindo as novas variedades de algodão transgênico. “O Paraná está produzindo apenas 10 mil hectares de algodão. Já produzimos mais de 700 mil. E o algodão transgênico pode trazer de volta especialmente o pequeno produtor em função da redução do uso de defensivos”, afirma.

Organização dos produtores – “Foi uma vitória importantíssima pela forma de organização e mobilização dos agricultores e das suas instituições de representação”, afirma Almir Montecelli. Ele lembra que muitas vezes a culpa pela redução da produção é imputada à incompetência do produtor, mas pode haver questões mais complexas por trás, como a adoção de novas tecnologias que baixam os custos de produção, como ocorreu com o algodão. Proibidos de produzir algodão transgênico, os produtores brasileiros perderam espaço no mercado internacional para os produtores de países como China, Índia e Paraguai. “Essa vitória na Câmara, que deve se repetir no Senado, serve como lição de democracia”, frisa Montecelli. Agora, lembra, também o setor de semente pode voltar a se estruturar enquanto aguarda, para os próximos anos, o lançamento de novos cultivares de semente de algodão transgênico. Hoje só há uma variedade transgênica aprovada no Brasil, a BT, resistente ao herbicida glifosato.

Plantio - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção total de algodão em pluma no Brasil será de 1,342 milhão de toneladas – o que representa um aumento de 29,4% na comparação com a safra 2005/06. No Paraná, a safra deve ser de 33,6 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). Oficialmente não há cultivo de algodão transgênico no Paraná. Isso porque, segundo o presidente da Associação dos Cotonicultores do Paraná (Acopar), Almir Montecelli, a variedade do produto disponível no mercado não é própria para o cultivo no estado. “Neste sentido, o Paraná está em desvantagem em relação a outros estados e países porque as duas variedades não são adequadas para o nosso clima e nosso tipo de solo”, diz. “Estamos esperando que os institutos de pesquisa desenvolvam sementes adaptadas para nós.” (Com informações da Gazeta do Povo).

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