CUSTOS: Clima nos EUA guia cotações dos grãos
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Os efeitos climáticos sobre a produção americana de grãos nesta safra 2006/07 e os movimentos de fundos de investimentos e especuladores guiaram as cotações de soja, milho e trigo na bolsa de Chicago em julho. Dos três, o trigo foi o que apresentou a reação mais relevante à conjunção. Segundo cálculos do Valor Data baseados no preço médio mensal dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) das principais commodities agrícolas transacionadas no exterior, no mês passado o trigo registrou a maior alta em Chicago (4,79%) e a segunda maior quando incluídos os itens da bolsa de Nova York, onde o cacau subiu 5,55%.
Milho e algodão - Da mesma forma, as cotações do milho foram impulsionadas pela estiagem americana e seus reflexos no norte e no oeste do chamado "corn belt". Em média, os contratos de segunda posição de entrega subiram 3,19% na comparação com junho e alcançaram US$ 2,5761 por bushel E a tendência deve perdurar em agosto. "Os atuais mapas meteorológicos indicam poucas chuvas e temperaturas elevadas para essas mesmas regiões, e no momento esse comportamento afeta mais as lavouras de milho que as de soja", disse Paulo Molinari, analista da Safras&Mercado. Ao contrário da normalidade sinalizada para a soja, o relatório do USDA sobre as condições das lavouras americanas de algodão mostrou que 39% delas estão em boas ou excelentes condições, ante 61% na mesma fase de desenvolvimento da safra 2005/06. Apesar disso, o preço médio do produto alcançou 53,55 centavos de dólar por libra-peso em julho em Nova York, 1,73% a menos que no mês anterior.
Café e laranja - O clima, só que desta vez no Brasil, também influenciou as cotações do café na bolsa nova-iorquina, onde houve grande volatilidade em julho por conta do crescente peso dos fundos de investimentos e especuladores no mercado. No fim, a cotação média subiu 1,53% em relação a junho e alcançou US$ 1,0024 por libra-peso. Já o suco de laranja voltou a subir em Nova York em julho, ainda sustentado pela magra oferta global após os danos provocados por duas temporadas de furacões aos pomares da fruta na Flórida, que reúne o segundo maior parque citrícola do mundo, atrás de São Paulo. Em média, os contratos de segunda posição de entrega da commodity alcançaram US$ 1,6335 por libra-peso no mês passado, 2,87% acima do patamar de julho. Não há no horizonte riscos de retração.
Açúcar e cacau - O açúcar, por sua vez, ampliou os ganhos e o preço médio dos contratos futuros atingiram 16,24 centavos de dólar por libra-peso, 3,53% mais que no mês anterior. No caso do cacau, finalmente, a forte valorização de 5,55% registrada em julho, motivada por surtos compradores especulativos verificados na primeira metade do mês, perdeu força na segunda quinzena e o mercado já está de volta ao patamar anterior à disparada em Nova York, de acordo com Thomas Hartmann, da TH Consultoria. (Valor Econômico)