DIA DA MULHER: Dra. Zilda Arns será homenageada em Brasília
- Artigos em destaque na home: Nenhum
A médica e sanitarista, Dra. Zilda Arns, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, falecida no dia 12 de janeiro de 2010, durante o trágico terremoto no Haiti, será homenageada pela Câmara dos Deputados, em sessão solene, no Dia Internacional da Mulher, celebrado na próxima segunda-feira (08/03). Esta sessão, marcada para ter início às 10 horas da manhã, lembrará do importante trabalho realizado por Zilda Arns. O requerimento para esta sessão solene é de autoria do deputado federal do Paraná, Alfredo Kaefer.
Cooperativismo - A Dra. Zilda Arns tinha uma ligação muito forte com o cooperativismo. Seu filho, Rubens Arns Neumann, foi diretor da Cooperativa de Laticínios Curitiba (Clac), com sede em São José dos Pinhais e sua mãe, Helena Arns, foi uma das primeiras cooperadas da Clac na região do Boqueirão, onde a cooperativa iniciou suas atividades na década de 50. Em dezembro de 2005, Zilda Arns recebeu em sua chácara, em Bateias, Campo Largo, os jornalistas Samuel Z. Milléo Filho e Maria Duarte, para uma entrevista especial para edição do Balanço Social, veiculada em janeiro de 2006 na revista Paraná Cooperativo.
História - Na oportunidade, Zilda Arns falou sobre sua origem e os caminhos que levaram a fundar uma das Organizações Não Governamentais mais atuantes: a Pastoral da Criança, hoje espalhada por diversos Continentes. "Tenho as cooperativas em grande estima, acho que é uma estratégia fantástica que a sociedade já comprovou. Que elas cuidem de cada cooperado, principalmente dos mais pobres. Eu gostaria que todas tivessem a Pastoral da Criança. O futuro do Brasil seria muito melhor se fossem organizadas mais cooperativas, que pudessem dar o apoio que o povo merece, e promover a educação", disse Zilda Arns.
Origem - Ao falar sobre sua história pessoal, a médica relatou na entrevista que teve contato com o cooperativismo ainda na infância. "Na minha origem eu também conheci uma cooperativa, a Sociedade União Colonial de Forquilhinha, em Santa Catarina. Eu nasci lá. Naquele tempo era uma colônia alemã. Lá, meu pai organizou uma cooperativa. Tínhamos fábrica de queijo, de banha, olaria. Meu pai também tinha uma leiteira... Fui criada lá e fiquei até praticamente os 12 anos, quando vim para Curitiba para prosseguir os estudos. Nós somos em 13 irmãos, seis homens e sete mulheres, eu sou a penúltima, nasci em 1934", contou. Zilda Arns deixou claro que a educação, a solidariedade e a cooperação podem fazer a diferença no caminho para um mundo melhor. Além disso, via na responsabilidade social uma grande estratégia para reduzir a pobreza, considerando que as cooperativas cumprem um papel importante nessa área.
Missão - "As cooperativas têm uma grande missão. Os valores culturais animam as pessoas a alcançar um objetivo na vida. Quando não têm, ficam dispersas. Eu hoje considero que falta limite para os jovens, eles acham que podem fazer o que vem na cabeça. O esporte e a música capacitam muito para o limite, pois tem que seguir regras. Então, se as cooperativas implantassem a Pastoral em todas as comunidades, propiciassem o desenvolvimento do esporte, com certeza, essas crianças e esses jovens terão um futuro melhor. O cooperativismo, em especial no Paraná, é uma estratégia fantástica de reunir pessoas. O cooperativismo tem realizado no Paraná um excelente trabalho, voltado para a assistência técnica e precisa também voltar seus olhos para a família, para os jovens. Lutar pela inclusão social, expandir esta ideia para todo o Brasil", ensinou Zilda Arns na entrevista à Revista Paraná Cooperativo.