DIA DO COOPERATIVISMO V: Cresce apoio público ao setor

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O Plano Agrícola e Pecuário 2009/10 trouxe apoio às cooperativas comparado ao de programas como o Recoop, que saneou as contas de empresas que corriam risco de dissolução na década passada. O novo plano, o Procap-Agro, é descrito como um segundo Recoop, e deve direcionar R$ 2 bilhões às cooperativas, valor cerca de 40% maior que o do programa lançado através da Medida Provisória 1.715, em 1998, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Diferença - A diferença é que o Procap do governo Lula é direcionado à capitalização das cooperativas, e não à revitalização, explica o técnico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Gustavo Prado. Os R$ 2 bi devem reforçar o capital de giro, apesar de metade ser tomada em operações entre os cooperados e os bancos. Cada cooperativa pode financiar até R$ 50 milhões, desde que respeite a cota de R$ 25 mil por associado, a juro de 6,75% ao ano.

Prodecoop - Além disso, o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), que entrou em operação sete safras atrás, tem orçamento dobrado. São outros R$ 2 bilhões, para modernização da cadeia produtiva. Nesta mesma linha, há mais R$ 2 bilhões, que as cooperativas vão disputar com agroindústrias independentes. "Pela primeira vez as cooperativas ganharam um capítulo especial no PAP", afirma Prado.

Ótima notícia - "É uma ótima notícia. Quem melhor que as cooperativas, que conhecem seus associados melhor do que ninguém, para distribuir de maneira eficaz os recursos federais?", comemora o professor da Unipar, em Umuarama, Régio MárcioToesca Gimenes. Programas federais como o Recoop, Prodecoop e Procap-Agro permitem que cooperativas que passaram por desiquilíbrios financeiros devido a riscos da atividade, como a seca desde ano, se recuperem, avalia.

Contrapartida - Para garantir que o dinheiro chegue à mão de quem realmente precisa, esses programas exigem como contrapartida a modernização da gestão do negócio, no caso, a cooperativa, explica o ex-ministro da agricultura e atual coordenador do Conselho Superior de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues. "Quem tinha competência e se submeteu às regras, recuperou-se da crise de 2004 a 2006. Mas quem tinha problemas de gestão ficou de fora", relata. Na avaliação de Gimenes, o avanço nos últimos anos foi grande, mas ainda há muito para melhorar. "Precisamos reformular a lei cooperativista", afirma. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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