DIA DO TRABALHO I: À procura de mão de obra qualificada

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Neste 1º de maio os trabalhadores paranaenses têm alguns motivos para sentir-se mais tranquilos. As pesquisas e relatórios da área econômica apontam que aqui, desde que haja vontade e disposição para se qualificar, emprego existe. Mas, apesar da situação relativamente confortável, a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social (SETP) não considera que o Paraná viva uma situação de pleno emprego, termo usado quando todos os fatores de produção da economia (trabalho, capital e insumos) estão sendo utilizados em sua máxima capacidade.

Falta de qualificação - A definição pode variar de um país para outro, porém a Organização Mundial do Trabalho (OIT) considera que o pleno emprego se estabelece quando as taxas de desocupados ficam abaixo de 3%, índice registrado nos países desenvolvidos no pós-guerra. ''O estado do Paraná encontra-se em situação privilegiada em relação ao restante do País, contudo não vive a situação de pleno emprego. Há sobra de vagas e, no entanto, faltam trabalhadores qualificados para o preenchimento das mesmas, principalmente na indústria'', argumenta Clovis Roberto Renaud Galhardo, da Divisão de Estudos e Pesquisa da SETP.

 

Agropecuária - Segundo Galhardo, esta é uma situação que pode ser resolvida a curto prazo, com investimentos em cursos de qualificação profissional voltados aos setores econômicos que mais oferecem postos de trabalho. Para Galhardo, outro fator que impede o pleno emprego no Paraná é a sazonalidade no setor agrícola. Levantamento do Ministério do Trabalho, Emprego e Promoção Social (MTE) mostra que só em março a agropecuária foi responsável pela maior variação entre admitidos e demitidos, com um índice de 2,32%.

 

RMC - Os dados também mostram que no mês de março a Região Metropolitana de Curitiba registrou acréscimo de 4.789 empregos formais em relação ao mês anterior. Este foi o terceiro melhor desempenho de toda a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o período, sendo superado somente pelo observado em 2010, quando foram criados 10.112 postos de trabalho, e em 2008, com 6.776 postos a mais.

 

Abril - O Caged ainda apontou que em todo Estado, só no mês passado, foram criados 13.927 empregos celetistas, o que equivale ao crescimento de 0,58% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Os setores de atividade que mais contribuíram para este resultado foram Serviços (5,9 mil postos), Indústria de Transformação (4 mil postos), Agropecuária (2,4 mil postos) e Comércio (1,3 mil postos).

 

Desemprego - Baseado em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2010, o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estudos Econômicos e Socioeconômicos (Dieese) lembra que, no Paraná, a taxa de desemprego ficou em 7% no ano passado. A pesquisa, feita por amostragem, considerou as pessoas que procuraram emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa. ''São as melhores taxas dos últimos anos e resultam do crescimento da economia'', afirmou. A oferta de empregos formais, conforme o Dieese, cresceu 6,5% nos últimos 12 meses, impulsionada por construção civil, serviços, indústrias eletro-eletrônicas, metalúrgicas e montadoras e fornecedores. ''Os setores que mais geraram vagas foram os que mais sofreram com a crise de 2008 e 2009.'' Segundo ele, a oferta de vagas deve reduzir em 2011, pois a previsão de crescimento é de 4% - valor inferior aos 7,5% registrados no ano passado. A desaceleração é considerada natural e, conforme Cordeiro, não traz risco de aumento do desemprego no Estado. (Folha de Londrina)

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