DÍVIDAS RURAIS: Quem não tiver como pagar, pode renegociar

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Enquanto o governo federal adia o anúncio de uma nova repactuação das dívidas rurais, o Banco do Brasil diz ao produtor que está disposto a renegociar contratos com vencimentos a partir de junho. A instituição financeira está disposta a discutir compromissos do último custeio e empréstimos que já foram alongados no ano passado, de safras anteriores. No Paraná, o valor passível de um novo alongamento e a vencer este ano é de R$ 3 bilhões. Sérgio Mantovani, gerente de mercado agrícola do Banco do Brasil no Paraná, explica que a base de cálculo será feita com base no instrumento original de contratação do crédito que é, basicamente, o juro agrícola, de 8,75% ao ano. A opção de renegociar o passivo surge num momento em que os ministérios da Agricultura (Mapa) e da Fazenda discutem um possível apoio ao setor, que apesar do resultado positivo ainda não teria fôlego suficiente para quitar as dívidas. O socorro do governo, no entanto, demora a sair e banco demonstra preocupação com uma possível inadimplência, explica Mantovani.

Contratos - O gerente destaca, porém, que nem todos os contratos estão contemplados. “Serão analisados caso a caso, de acordo com a capacidade de pagamento de cada produtor.” O candidato ao alongamento terá que comprovar sua dificuldade para liquidar os pagamentos. A estratégia segue a mesma linha adotada pelo Mapa. A posição do ministro Reinhold Stephanes é de que a anunciada intervenção do governo não deve ocorrer de forma generalizada, mas com adoção de regras pontuais, por regiões ou estados. Na prática, o benefício maior é para quem estiver mais endividado. Para a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) a alternativa colocada pelo Banco do Brasil não resolve o problema do setor. “É preciso uma solução definitiva para a questão da dívida, que passa pela necessidade de se criar condições para recuperação da renda no campo”, alerta Pedro Loyola, economista da Faep. Apesar de paliativa, o técnico avalia que neste momento a proposta do banco deve servir para alguns produtores, em especial aqueles com dívidas maiores e que precisam de crédito para próxima safra. Se optar pela negociação direta com o banco, o agricultor fica excluído de benefícios que possam ser concedidos posteriormente por determinação do governo federal.

CMN - O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem uma medida que prorroga o prazo de pagamento das parcelas da securitização que venceram em 31 de outubro de 2006 junto aos bancos privados e haviam sido renegociadas para 31 de abril. Como também não foram quitadas, as parcelas têm como nova data de pagamento o dia 31 de julho. (Tudo Paraná)

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