ECONOMIA: BC regulamenta depósitos remunerados de instituições financeiras

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economia 20 08 2021As instituições financeiras poderão depositar voluntariamente dinheiro no Banco Central (BC) em troca de uma remuneração e ajudando no controle da inflação. O órgão regulamentou, nesta quinta-feira (19/08), os procedimentos para operar os depósitos voluntários remunerados.

Uso - Segundo o órgão, o novo instrumento de política monetária poderá começar a ser usado na última semana de agosto, depois de testes na próxima semana. A data exata ainda será decidida pela diretoria do BC. “Com a nova ferramenta, o Banco Central aperfeiçoa a gestão da liquidez bancária e se equipara a outros importantes bancos centrais do mundo que já atuam com o instrumento”, informou o BC em nota.

Controle da inflação - Presentes em diversos países, os depósitos voluntários remunerados ajudam no controle da inflação porque retiram dinheiro em circulação da economia. O uso desse instrumento estava autorizado pela Lei 14.185, sancionada em julho pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ferramentas - Além dos depósitos voluntários, o BC tem três ferramentas para fazer política monetária e regular a quantidade de dinheiro em circulação. A mais usada são as operações compromissadas, venda e compra de títulos públicos na carteira do Banco Central por prazos curtos, e que sustentam a taxa Selic fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Outros - Os outros instrumentos são os depósitos compulsórios, dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a manter no Banco Central, e as operações de redesconto, empréstimos para socorrer por algumas horas ou dias bancos que não conseguem cumprir os requisitos mínimos de capitais das instituições financeiras.

Sem endividamento - Diferentemente das operações compromissadas, que envolvem títulos da dívida pública, os depósitos voluntários não impactam o endividamento do governo. Segundo o chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do BC, André de Oliveira Amante, a remuneração dos depósitos voluntários deve ser semelhante à das operações compromissadas, atrelada à Selic.

Abaixo - Apesar da remuneração similar, o volume voluntariamente depositado pelas instituições financeiras no Banco Central deve ficar bem abaixo dos níveis das operações compromissadas. Atualmente, existem de R$ 920 bilhões a R$ 930 bilhões em operações compromissadas de curto prazo no país.

Vantagem - Para o chefe de departamento do Banco Central, a grande vantagem dos depósitos voluntários está na simplicidade e na praticidade. “Do lado do Banco Central, eles são muito favoráveis porque independe da existência de lastro na carteira de títulos [do BC]. Isso está em linha com a lei de autonomia do BC”, justificou.

Oferta - Os depósitos voluntários, informou Amante, serão oferecidos de duas maneiras: em leilões com hora marcada e em ofertas permanentes, que permitem aos bancos fazerem os depósitos quando quiserem. Segundo ele, o BC pretende começar a oferecer os depósitos voluntários pela segunda modalidade. Os testes operacionais serão feitos no próximo dia 25. Dependendo do resultado, o instrumento pode entrar em vigor a partir do dia 30, mas a data ainda precisa ser ratificada pelos diretores do órgão. (Agência Brasil)

FOTO: Banco Central do Brasil

 

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