ECONOMIA MUNDIAL III: China e Índia ampliam fatia nos investimentos
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A China e a Índia aumentaram significantemente sua parte nos Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) na atual crise econômica global, diz a OCDE. Os dois fizeram 65% das fusões e aquisições nas principais economias emergentes entre janeiro e maio deste ano, num total de US$ 15 bilhões, contra 28% há dez anos. As fusões e aquisições constituem grande parte dos IDE.
Fusões e aquisições - A parte de Pequim e Nova Déli nas fusões e aquisições globais subiu para 6,5%, contra 1,3% há dez anos, confirmando que se apoiam nas reservas de dólares para comprar ativos baratos no exterior.
Ao mesmo tempo, os dois países reforçaram sua posição como captadores de IED, diz a OCDE.A atuação de chineses e indianos é ainda mais importante, porque as economias emergentes também passaram a ser vítimas do colapso dos investimentos internacionais este ano. As projeções da OCDE apontam um declínio de 60% nas atividades de fusões e aquisições envolvendo emergentes neste ano. O fluxo de IDE proveniente dos grandes emergentes também teve uma queda importante. Se as tendências se confirmarem, o declínio será de mais de 80% este ano, passando de US$ 120 bilhões para US$ 21 bilhões.
Recessão - A recessão global fez desmoronar os investimentos estrangeiros também nos países ricos. O fluxo para 17 grandes países ricos, incluindo Alemanha, EUA, Japão, França e Reino Unido, caíram 50% no primeiro trimestre de 2009. Pelas projeções da OCDE, se esse recuo continuar no mesmo ritmo até o fim do ano, o IDE para os 30 países membros da entidade cairão a US$ 500 bilhões, comparado a US$ 1,020 trilhão em 2008.
Unctad - A Unctad chegou às mesmas conclusões, usando dados de 57 países que representam 60% do fluxo global de IDE. Em 43 deles, houve queda na captação de investimentos, incluindo Brasil e China. Para 2009, a projeção da Unctad é de que o fluxo para países em desenvolvimento poderá cair em 25%, e para as economias em transição em até 40%. As multinacionais têm sido duramente atingidas pela recessão e muitas anunciaram planos para cortar produção, demitir empregados e reduzir gastos, com implicação no fluxo de IDE. Até agora, apesar da crise econômica, os grandes países resistiram globalmente a pressões políticas "crescentes" de protecionismo, segundo avaliação da OCDE. (Valor Econômico)