ECONOMIA: Política econômica será mantida
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O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que as linhas gerais da política econômica no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva serão mantidas. ''Acho que a política econômica do presidente é reconhecidamente bem sucedida e foi uma das marcas deste primeiro mandato. Não tenho dúvidas de que ela foi um dos pilares que deram sustentação à popularidade e ao sucesso eleitoral do presidente. Portanto, acho que, em linhas gerais, a política vai ser mantida'', disse o ministro. Mas, fazendo coro com as declarações de outros ministros, Bernardo também apontou que a questão do crescimento econômico terá maior ênfase, o que deve provocar alguns ajustes na política econômica. ''O presidente e creio que 101% das pessoas no Brasil acham que nós precisamos ter mais crescimento, avançar em direção da geração de mais empregos e, portanto, me parece natural que haja algumas adequações no conjunto da política'', disse. Segundo ele, esses ajustes seriam feitos na área fiscal e tributária. Evitando dar detalhes, o ministro afirmou que as medidas em estudo na área fiscal são as que já foram relatadas na imprensa, como, por exemplo, a aplicação de um redutor nas despesas correntes do governo, e na área tributária desonerações, ''ainda que setoriais''.
Taxa de juros - ''A nossa expectativa é fazer isso (medidas na área fiscal e tributária) combinado com a possibilidade de continuar baixando a taxa de juros e com isso conseguir reunir condições para destravar de vez o processo de crescimento'', explicou. Questionado sobre se o segundo mandato terá uma cara mais desenvolvimentista, como disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Bernardo respondeu rindo: ''O governo já tem essa cara''.
Queda - Bernardo afirmou que na área fiscal e tributária poderão ser adotadas medidas para ajudar o Banco Central a reduzir mais rapidamente a taxa de juros. ''Há um clamor para que a taxa de juros baixe mais rapidamente. Nós temos que ajudar o BC a fazer isso, e acho que essas medidas na área fiscal e tributária podem ajudar nesse sentido'', afirmou. Segundo o ministro ainda não há nada resolvido sobre esses ajustes a serem feitos na política econômica. ''Considerando que até ontem (domingo) nós tínhamos um presidente da República que era candidato, as definições ainda não foram feitas até porque ele, deliberadamente, não quis tomar definições que alcançassem o próximo mandato'', completou. Ele explicou que Lula deve reunir rapidamente seus ministros para dar as diretrizes e tomar decisões. ''Ele (presidente) disse, em uma das nossas reuniões, que pretendia tomar medidas para serem encaminhadas ao Congresso no início do ano que vem. Não sei se ele vai mudar essa disposição. Como ele, além de presidente, é presidente reeleito, ele pode tomar definições para o próximo período sem qualquer dificuldade''. Ele disse ''não ter a menor idéia'' sobre possíveis mudanças no comando do Banco Central para que o segundo mandato do governo Lula tenha uma política monetária mais flexível. ''Isso aí é com o presidente'', afirmou. (Agência Estado)