ELEIÇÕES 2006: Chegou a sua vez de mudar o Brasil
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Outubro está perto e mais uma vez chegou a hora de escolher os representantes que vão governar o Brasil por quatro anos, a partir janeiro de 2007. Nesta eleição serão escolhidos o presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. São 1.627 vagas em todo o país para 19.619 candidatos, ou seja, uma média de 12 por vaga. No Paraná estão concorrendo 11 candidatos a governador, dez para o senado, 278 para deputados federais e 569 para deputados estaduais. Com tantos candidatos e um país marcado por corrupção, como escolher para votar com responsabilidade e consciência? Na tentativa de contribuir, a Revista Frimesa ouviu algumas opiniões e elegeu algumas ponderações consideradas imprescindíveis no momento pré-eleitoral. Parte das informações integra a campanha desenvolvida pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), e estão contidas no manual do "Guia do Voto Responsável". Um dos primeiros questionamentos que devem ser feitos é se a atual situação está boa, se o governo atual responde às expectativas do setor produtivo. Se a situação não está adequada, as pessoas que estão no poder devem ser renovadas como diz o presidente da Frimesa, Valter Vanzella. "Nos últimos anos, o agronegócio enfrenta uma crise generalizada e os reflexos não são sentidos somente no campo, mas nas indústrias que deixam de investir e gerar empregos".
Escolha - O presidente da Frimesa alerta para a necessidade do voto não ser no acaso, uma vez que as eleições interferem diretamente na vida de cada pessoa. "O país precisa voltar a crescer e se escolhermos mal vamos arcar com as conseqüências por mais quatro anos". Para o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, antes de ir às urnas em outubro, os cooperados precisam fazer uma avaliação profunda sobre os candidatos que irão votar. Ele sugere que todos "busquem informações junto às suas cooperativas, sindicatos para ver realmente quem é que está comprometido com as principais questões e necessidades do campo, da agricultura e do setor". Koslovski lembra que no Paraná temos 18 parlamentares, entre senadores e deputados federais, que junto com o sistema cooperativista nacional integram a Frencoop - Frente Parlamentar do Cooperativismo. "Essa frente há tempo vem trabalhando na defesa dos interesses do agronegócio e do cooperativismo", frisa.
Numa referência às principais conquistas do setor, Koslovski diz que a Ocepar tem documentado todos esses avanços do cooperativismo paranaense e qual parlamentar deu seu apoio. "Desde simples leis ou até Medidas Provisórias que trazem resultados importantes para o crescimento e fortalecimento do sistema", ressalta. O pecuarista e agricultor de Palotina, Gerson Araldi, reforça a sugestão do líder cooperativista. "Temos vários políticos que vestem a camisa para defender o setor produtivo, principalmente em assuntos polêmicos, como as questões ambientais, os 20% de reserva legal e os transgênicos. É importante avaliarmos e darmos nossa resposta pelo apoio". Araldi pede muita reflexão, pois a agricultura não pode arcar com as ideologias e exigências de um único político.
Promessas não cumpridas - O suinocultor Nilton José Schimtt, de Cafelândia , pretende ouvir a cooperativa antes de escolher em quem vai votar. "Estou desanimado e cansado das promessas não cumpridas, mas não vou deixar de exercer minha obrigação". É participando das reuniões do comitê da Copacol que seu Schimtt tem discutido como fazer a melhor escolha. "É muito chato", é como o auxiliar de produção, José Carlos da Silva Ribeiro, classificou o horário eleitoral da televisão, mas considera o sacrifício extremamente importante. "Nesse momento podemos conhecer um pouco mais sobre os candidatos e saber se as suas propostas estão de acordo com as nossas necessidades". Ribeiro acha que o momento é de renovação. "Podemos até errar, mas precisamos de uma mudança urgente, essa corrupção não dá para deixar passar em branco". Ele tem razão. Na eleição passada, para prefeitos e vereadores, um levantamento do jornal 'O Globo' descobriu que 20% dos candidatos cariocas respondiam a processos criminais. Na Baixada Fluminense, os réus pedindo votos chegavam a 40%. Ao todo, 23 candidatos foram recusados no estado por motivo mais inocente: não sabem ler nem escrever.
O que é voto responsável - De acordo com o "Guia do Voto Responsável", o voto responsável é aquele que se exerce a partir da avaliação criteriosa do eleitor sobre a efetividade e compromisso do candidato com a Ética Política, com a Defesa da Democracia e com a Promoção do Desenvolvimento. É fundamental votar bem, votar responsavelmente. Mas isso não basta. É necessário, após a eleição, fiscalizar e acompanhar permanentemente a atitude daqueles que foram eleitos, cobrando os compromissos que assumiram durante a campanha.
Avalie seu candidato - As dicas abaixo foram extraídas do "Guia do voto responsável", editado pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Faciap, a federação das associações comerciais. As questões contêm critérios que devem ser analisados antes da escolha do candidato:
Procure saber se o candidato foi acusado ou existem evidências de corrupção;
Fez promessas, não cumpriu e não deu qualquer satisfação;
Respeito ao voto: o candidato pediu voto, foi eleito e nunca apareceu ou só aparece nas vésperas das eleições;
Mau uso (ou abuso) de recursos públicos: empregou parentes, nomeou apenas correligionários (gente do próprio partido), utilizou órgãos, programas e ações do governo para benefícios provados;
Falsidade: apresenta como suas as realizações de outras pessoas, atribui a culpa a outros por irregularidades sob sua responsabilidade;
Populismo, assistencialismo e clientelismo: se diz predestinado a salvar os pobres, fala mal das elites, mas se aproveita secretamente do apoio e patrocínio deles. Oferece algum favor em troca do voto;
Má gestão da máquina pública: promove inchamento do Estado, abandonou bons programas que estavam em funcionamento por serem de administração anterior e direcionou recursos públicos para atender preferencialmente aliados;
Veja se as propostas estão comprometidas com: estabilidade econômica, redução da carga tributária, investimentos em infra-estrutura, reforma política, reforma fiscal, melhoria na educação e reforma administrativa. (Revista Frimesa)