EMBARGO: Brasil volta a exportar carne bovina para a União Européia

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A União Européia autorizou, a partir desta quarta-feira (27/02), a importação de carne bovina in natura produzida em 106 fazendas brasileiras. A notícia foi dada pelo chefe da missão da UE no Brasil, embaixador João Pacheco. As fazendas estão na lista das que cumprem exigências de certificação da rastreabilidade, apresentada há dias pelo governo brasileiro ao bloco europeu. A missão do Departamento de Alimentação e Veterinária da UE aponta falhas no sistema brasileiro de rastreamento de gado como a principal preocupação da União Européia em relação à carne que compra do país.

Autorização - A permissão foi confirmada, em Bruxelas, pela porta-voz de Saúde e Proteção ao Consumidor da Comissão Européia, Nina Papadoulaki, segundo quem novas fazendas poderão ser incluídas na lista com base nos resultados das inspeções européias, programadas para terminar no dia 14 de março. Quem não gostou da notícia foram produtores irlandeses: para o presidente da Associação de Fazendeiros da Irlanda, Padraig Walshe, a UE deve continuar a impedir a entrada da carne nacional e a decisão de retomar o comércio é "irresponsável", ou "uma piada", segundo relato do correspondente do jornal O Estado de S.Paulo em Bruxelas. Walshe prometeu continuar o lobby contra o Brasil e acusou a UE de ter tomado a decisão sem que inspeções adequadas fossem realizadas.

Inspeção - Os técnicos iniciaram a verificação no Brasil nesta segunda-feira (25/02), com planos de inspecionar amostra de 27 fazendas. Das 106 fazendas liberadas, 13 seriam gaúchas - a maioria nas regiões da Fronteira e da Campanha. O embaixador explicou que o governo brasileiro poderá pleitear a liberação de novas listas e que a UE seguirá o mesmo procedimento - a checagem dos termos da certificação nessas propriedades e a posterior inspeção. Não há limite quantitativo em relação à exportação de carne brasileira para a Europa, desde que "as auditorias sejam feitas e que sejam bem feitas".

Auditoria - Mesmo assim, no Itamaraty, terão continuidade os estudos jurídicos para eventual queixa do Brasil, na OMC, contra exigências européias no sistema de rastreabilidade, segundo declaração do diretor do Departamento Econômico do ministério, Carlos Marcio Cozendei, à AE. Ao mesmo tempo, a comitiva técnica russa. comandada pelo chefe do Serviço Veterinário e Fitossanitário da Rússia, Sergey Dankvert, aprovou as instalações do Serviço de Vigilância Agropecuária do Ministério da Agricultura, em Santos (SP), e do terminal de contêineres Santos Brasil. Os técnicos acompanharam embarques de carne e consideraram atendidas as exigências da Rússia - que vai manter um sistema de auditoria permanente no país. (Neswletter Joelmir Betting)

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