EMBARGO I: Osmar Dias critica restrições da UE à carne

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O senador Osmar Dias (PDT-PR) defendeu na terça-feira (12/02), na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, durante audiência pública sobre o embargo da União Européia à carne brasileira, que o governo federal formalize um novo contrato com os europeus para a exportação de carnes. O parlamentar paranaense é contra as restrições impostas pela UE aos produtores brasileiros. "No Brasil, só nos seis estados que estão livres para exportar para a União Européia, temos oito mil propriedades certificadas. No País inteiro temos quase 16 mil propriedades certificadas. Por que só 300 que poderão exportar? Não podemos aceitar esta limitação imposta pelos europeus", observou.

Comissão - O parlamentar paranaense defende a criação de uma Comissão Mista, do Senado e da Câmara, para auxiliar o governo na definição de novas normas quanto à exportação de carne para o mercado europeu. "Entendo que o Ministério da Agricultura deve continuar negociando no aspecto técnico. Proponho a criação de uma força política no Congresso que, se necessário, siga a Bruxelas para negociar novas normas com a União Européia", afirmou o senador.

Engano - Osmar Dias disse que houve equívoco do governo brasileiro no estabelecimento das regras do acordo com a União Européia em torno da carne. "Houve erro quando firmaram o acordo com os europeus aceitando as regras impostas. Este erro, inclusive, foi reconhecido pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. O mais grave ainda foi o fato de as certificadoras emitirem selos de qualidade sem atenderem a todas as normas para a exportação. Além disso, o Ministério da Agricultura não tem estrutura para fiscalizar e nem orçamento para a contratação e o treinamento de técnicos. Defendo que o ministério tenha recursos e estrutura compatível para que o Brasil possa competir no mercado internacional sem esses problemas que estamos enfrentando constantemente", completou o senador.

Concorrência - Para Osmar Dias, o impasse em torno da carne é conseqüência do equívoco do governo. Ele considera que a solução do problema com a União Européia não será fácil. "Estamos lidando com concorrentes. Colocamos a carne no mercado internacional a um preço um terço menor do que a concorrência. Eles querem  tirar o Brasil do mercado e nós não podemos dar motivos para que isso aconteça. Se o governo brasileiro quiser resolver a questão tem que aplicar mais dinheiro no sistema sanitário do País. Do jeito que está sempre teremos problemas num Estado ou em outro o que servirá de desculpa para a concorrência nos tirar do mercado", disse.

Ação - Osmar Dias considera que o governo está agindo de forma tímida em relação ao embargo internacional. "O Itamaraty participou deste acordo equivocado que estabeleceu apenas 300 propriedades exportadoras para o mercado europeu. Defendo que o Itamaraty continue ao lado do Ministério da Agricultura, mas que se faça uma força política para o benefício do nosso País", finalizou. (Assessoria Parlamentar)

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