EMBRAPA: Tecnologias influenciam produtores na fronteira entre Brasil e Peru
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Assis Brasil é uma pequena cidade acreana de 5 mil habitantes, na fronteira do Brasil com o Peru e a Bolívia, a 340 quilômetros da capital Rio Branco. O município tem relevo acidentado e pouca oferta de água. Por isso, alterações inadequadas podem comprometer a disponibilidade de recursos naturais. Uma ação concreta e que está influenciando a região é a montagem de uma propriedade-modelo, que emprega oito tecnologias acessíveis ao pequeno produtor de leite. A construção da estrada para o Pacífico, cujo trajeto brasileiro já está pronto, promete mudar a rotina dos habitantes por tirá-los do isolamento, e os primeiros a se preocuparem são os pequenos produtores. Eles não querem ficar de braços cruzados, enquanto produtos acabados vindos de outros Estados passam na frente da porteira.
Desenvolvimento - Elas foram desenvolvidas e adaptadas nos últimos 30 anos pela Embrapa Acre, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e têm mostrado eficiência em várias comunidades. A iniciativa conta com o apoio da Seater, Senar, Sebrae, Projeto Fogo, Associação de Produtores Agrícolas Agronorte e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Outra iniciativa concentrou-se no pastejo rotacionado, tecnologia que pode aumentar a capacidade de suporte das pastagens entre 20% e 50%. A área de pastagens da propriedade foi dividida em dois módulos, uma para vacas em lactação e outro para gado solteiro, e cada módulo foi subdividido em cinco piquetes onde o gado permanece pastejando por uma semana.
Desmatamento - “Nesse sistema, há maior controle do uso do pasto, o rebanho torna-se mais dócil e minimiza-se os problemas com plantas invasoras”, acredita o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos Maurício de Andrade, líder do projeto. Por falta de informação e políticas públicas adequadas, a Amazônia tem hoje cerca de 55 milhões de hectares desmatados. Metade desta área está degradada ou abandonada em função do uso inadequado dos recursos naturais. Essa dinâmica impulsiona o ciclo de derruba e queima de florestas nativas apesar de toda a pressão ambiental. O esforço para difundir práticas sustentáveis e acessíveis a pequenos produtores pode reverter esse quadro. (Imprensa Embrapa)