EMPREGO: Paraná abre no campo postos perdidos na cidade

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Nos dois primeiros meses do ano, o Paraná registrou acréscimo de 4.086 postos de trabalho, 93% deles no interior. O número de contratações é 85% menor em relação a mesma época de 2008, quando o estado contratava 27 mil trabalhadores. No entanto, para o superintendente do Trabalho e Emprego no Paraná, João Graça, o dado sinaliza que o estado continua registrando números positivos no campo e para março é esperada recuperação próxima a média de 2008.

Crise - "O Paraná não foi tão atingido pela crise tanto quanto outros estados porque tem uma economia diversificada", explica o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para ele, como a crise atingiu diferentes setores de forma e intensidade diferentes, o mercado paranaense ficou protegido. Silva acredita que o setor industrial, principalmente a indústria madeireira e moveleira, a metalurgia e a mecânica continuam registrando demissões enquanto o setor de serviços ligado ao agronegócio estaria contratando.

Cooperativas de produção - A diferença fundamental da força no interior é o que o estado possui uma estrutura de cooperativas de produção, a mais forte do país, que responde por 1,25 milhão de empregos e elas devem manter seus postos de trabalho e um nível de investimentos próximo a R$ 1,5 bilhão em 2009. "Estamos com dificuldades para encontrar mão-de-obra em nossa região para tocar os projetos de ampliação da rede de armazéns e outras obras", afirma o presidente da maior cooperativa do País, a Coamo, de Campo Mourão, José Aroldo Galassini. A Coamo tinha investiria R$ 180 milhões entre 2008 e 2010, mas resolveu aumentar em mais R$ 60 milhões já em 2009. A Cooperativa Agroindustrial de São João (Coasul) está investindo R$ 150 milhões na construção de um frigorífico de aves no município de São João (Sudoeste do Paraná). A unidade deve gerar mais de 1.200 empregos diretos, mas há investimentos em quase todas as cooperativas paranaenses.

Safra de grãos - Como o estado tem a perspectiva de colher uma safra de grãos que, se não é excepcional, será suficiente para manter o setor aquecido, a perspectiva até o final do ano é a de que o interior continue a comandar o processo de criação de empregos como faz há décadas. Em março o Paraná, começa a colheita da cana-de-açúcar. A Usina Central do Paraná, anunciou que contratará 3.037 novos funcionários para atuação nesta safra. No ano passado, a usina não moeu devido a problemas econômicos e neste ano estima colher dois milhões de toneladas de cana e produzir quatro milhões de sacos de açúcar e até 50 milhões de litros de álcool. Para a próxima safra a meta é ampliar a colheita para 2,5 milhões de toneladas. (Gazeta Mercantil)

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