ENCONTRO ESTADUAL 2006: Evento faz balanço do cooperativismo paranaense
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Foi aberto na manhã desta sexta-feira (01/12), no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba, o Encontro Estadual das Cooperativistas Paranaenses de 2006. O evento reúne mais de dois mil participantes de cooperativas de todos as regiões do Estado. No início da manhã, antes da abertura oficial do evento, os participantes assistiram a apresentações culturais de um quarteto de clarinetas e um sexteto vocal.
O objetivo do evento é fazer um balanço das ações e conquistas do cooperativismo e projetar o futuro, além de promover a integração entre os participantes. A abertura do Encontro foi feita pelo presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, na presença de autoridades nacionais e estaduais.
A mesa de autoridades foi composta por Koslovski; pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão); deputado federal Eduardo Sciarra; deputado estadual Élio Rusch; secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini; secretário municipal da Agricultura de Curitiba, Norberto Ortigara (representando o prefeito Beto Richa); Luiz Roberto Baggio, vice-presidente da OCB e diretor da Ocepar; Alberto Samways, da Federação do Comércio do Paraná (representando o presidente Darci Piana); Luiz Carlos Colturato, representando o diretor do Denacoop, Paulo Roberto Silva; Ildomar Ivan Fischer, representando o superintendente federal da Agricultura no Paraná, Walmir Kowalevski; Sérgio Mantovani, do Banco do Brasil; Lourenço de Medeiros Filho, representando o presidente do BRDE, Carlos Marés; professor Eduardo Damião, representando a PUC do Paraná e Avany Rodrigues, presidente em exercício da Associação Comercial do Paraná.
O cooperativismo - Em seu discurso, o presidente da Ocepar destacou o apoio ao agronegócio por parte do ministro Paulo Bernardo, de Bianchini e do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Koslosvki disse que o trabalho em relação às medidas estruturantes para a agricultura continua. O presidente falou ainda sobre a importância do cooperativismo na economia do Estado. São 410 mil cooperados e mais de 780m mil postos de trabalho gerados no Paraná. O cooperativismo responde por 55% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Estado. Koslovski lembrou ainda da necessidade de atualização da lei cooperativista, que é de 1971.
Na seqüência, o deputado estadual Élio Rusch fez um pronunciamento, representando a Assembléia Legislativa do Paraná. “Hoje é impossível não associar o desenvolvimento sócio-econômico do País sem falar nas cooperativas”, afirmou Rusch.
O deputado federal Eduardo Sciarra, representando a Frencoop, falou do trabalho realizado pela Ocepar na defesa do cooperativismo. Também manifestou suas preocupação com a questão logística e de infra-estrutura.
Troféu Ocepar – O primeiro a receber o Troféu Ocepar, pelos relevantes serviços prestados ao cooperativismo, foi o presidente da Cofercatu, o engenheiro agrônomo José Otaviano de Oliveira Ribeiro. Em seu discurso, José Otaviano fez um agradecimento aos cooperados e funcionários. “Se não fossem vocês, eu não chegaria aqui hoje, sendo homenageado”, disse. O presidente da Cofercatu disse que as ações da cooperativa visam sempre o que é melhor para o associado.
Paulo Bernardo - Em seguida, o ministro Paulo Bernardo – ex-secretário da Fazenda de Londrina, ex-secretário da Fazenda do Mato Grosso do Sul e ex-deputado federal- recebeu o Troféu. O ministro destacou que, se não fosse a crise do agronegócio, o desempenho da economia teria sido muito melhor. “Tenho certeza que estamos saindo da crise”, falou. O ministro disse que o canal está aberto para que o cooperativismo paranaense continue participando ativamente dos debates sobre os rumos do agronegócio e da economia. Bernardo disse que a questão dos fertilizantes genéricos, por exemplo, deve ser resolvida ainda este ano.
Economia - O ministro disse ainda que o governo federal está preparando um conjunto de medidas para acelerar o crescimento do País. Segundo Bernardo, estão previstas medidas fiscais, que incluem a redução de gastos e a otimização na utilização de recursos financeiros, além de medidas tributárias (desoneração, basicamente). “Queremos continuar desonerando a produção, principalmente os investimentos. Queremos desonerar a construção civil e as exportadoras”, adiantou. De acordo com o ministro, outro foco do governo é viabilizar financiamentos.
Participantes – Eloi Eggers Wächter, do conselho fiscal da Lar, participa pela terceira vez do Encontro Estadual. “É importante para divulgar as ações do cooperativismo, assim as cooperativas se fortalecem. É muito importante ainda que os jovens participem, pois são eles que vão continuar o nosso trabalho”, comentou Eloi Wächter. Já Diogo Zuliani, 23 anos, veio pela primeira vez ao Encontro. Ele é cooperado da Cocamar e destacou a união das cooperativas durante o evento.
Cecília Adelaide Trevizan, da Integrada, veio pela segunda vez. Ela destacou a participação das mulheres no cooperativismo. “Sou cooperada há mais de dez anos”, disse.
Conceição Albuquerque, do Sicredi Costa Oeste, veio ao Encontro pela primeira vez. “Meu marido é coordenador de núcleo e achamos importante participar e saber o que o sistema conquistou ao longo do ano”, afirmou ela.
Me leva Brasil – Que contribuição o jornalista da Rede Globo Maurício Kubrusly poderia dar aos participantes do Encontro Estadual das Cooperativistas Paranaenses falando sobre sua experiência na produção do programa Me leva Brasil? A experiência da riqueza da diversidade da população brasileira e da prática cotidiana da cooperação em meio às inúmeras e imensas dificuldades, especialmente de quem vive no interior desse grande país. Nas entrelinhas de seus curiosos relatos sobre o que viu, o jornalista deixou bem clara a generosidade do povo brasileiro “que pratica cooperativismo sem saber direito o que é a cooperativa”, e que encontra soluções criativas em meio sempre que é pressionado pelas dificuldades.
Transformação
pela educação – “O que transforma um país
é a educação”, frisou Kubrusly, ao contar a história
do “seu” Melo, um brasileiro que vive no meio da mata, mas capaz,
com a ajuda dos livros, a grandes realizações, entre as quais
montar usinas hidrelétricas. Uma imensa biblioteca, que lhe deu o conhecimento,
é a diferença entre o bem sucedido Melo e outros tantos brasileiros
que vivem perdidos no interior do Brasil. Entre as história que o jornalista
contou destaca-se a de outro brasileiro que, inconformado com o desperdício
das coisas jogadas no lixo, construiu a sua própria casa com dois andares,
a custo zero ou, no máximo, em troca do que ganhou vendendo latinhas
coletadas do lixo. Descrever essa história em poucas linhas é
impossível. Mas serve de exemplo para imaginar o que esse brasileiro,
analfabeto, faria se tivesse tido a oportunidade de freqüentar uma faculdade.
Talvez até seja injusto chamar de analfabeto quem é capaz de construir,
a custo zero, uma casa de dois andares. “O que muda a gente é a
informação”, deixou claro Mauricio Kubrusly, prometendo
para o próximo ano a volta do programa que lhe deu fama e origem ao livro.
Muitos casos que contou não foram para a televisão, mas estão
no livro.