ENCONTRO ESTADUAL II - O cooperativismo, desenvolvimento e a queda do PIB
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As autoridades presentes falaram sobre a importância do evento cooperativista para o Estado como um todo. O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures, destacou a vocação do Estado para o agronegócio e a necessidade de não se perder o foco desse potencial. Já o vice-presidente da OCB e diretor da Ocepar, Luis Roberto Baggio, disse que no próximo ano será sentido o efeito da queda no agronegócio, que alcança dez bilhões de dólares. Baggio representou o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, e frisou que a OCB atua como guardiã da doutrina cooperativista. O deputado estadual Élio Rusch falou em nome da Assembléia Legislativa. "Quando é necessário defender os interesses da agropecuária e cooperativismo nos fazemos presentes". O deputado lembrou que a região Oeste abate cerca de 1,3 milhão de frangos/dia. O deputado federal Moacir Micheletto, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, disse que este é um momento de reflexão e adiantou que estão sendo colhidas assinaturas de apoio para criar uma CPI da Carne, com a meta de retratar os bastidores do mercado de carne e dos frigoríficos.
Queda do PIB - Falando em nome dos demais parlamentares presentes à solenidade de abertura do encontro, o senador Osmar Dias comentou sobre a crise que se abate sobre a agricultura, que culminou com a queda do PIB brasileiro em 1,2% e da agropecuária em de 3,4 %, e sobre diversas pendências que afligem o setor produtivo, como a falta de implementação do seguro agrícola, aos problemas de preços dos produtos, especialmente trigo e arroz. O senador apontou a crise política atual como principal responsável pela queda do PIB brasileiro e reclamou da falta de solução a problemas antigos, como a não votação de emenda de sua autoria que considera a mata ciliar integrante da reserva legal para efeito de legislação. Nesse momento Osmar dias foi efusivamente aplaudido pelos presentes ao auditório.
Cadê o seguro rural? - Lembrou das promessas de campanha de Lula quanto à instituição do seguro rural. "Cadê o seguro?", perguntou o senador, que disse ter plantado sua safra sem ter feito o seguro, como tantos agricultores. "Mas se der uma estiagem, vai haver uma quebradeira", alertou, chamando a atenção para os sérios problemas de preços dos produtos no mercado, especialmente na soja, no milho, muito abaixo do custo de produção. Comentando sobre a legislação que permite desapropriar propriedades agrícolas que não cumprem a função social porque, nas condições atuais produzem com prejuízo, defendeu a necessidade de ter 'uma lei que desaproprie o governo que não cumpre a sua função social". Criticou a proibição da exportação de produtos OGMs pelo Porto de Paranaguá, afirmando que "ninguém é maior do que a lei".
Força ao cooperativismo - Antes de encerrar seu discurso, elogiou o cooperativismo de crédito por ajudar a salvar os agricultores da inadimplência e conclamou os presentes a "reforçar as cooperativas" paranaenses, pois são a única forma de superar os problemas enfrentados pelo setor agropecuário. Comentou também sobre seu alerta, há mais de um anos, sobre o perigo da febre aftosa, afirmando que o problema não será resolvido senão houver uma homogeneização no seu controle, reunindo os países do Mercosul para uma ação conjunta. Também disse ter ouvido do presidente Lula, como resposta ao apelo para ajudar a resolver o problema da comercialização do trigo através do controle da importação, que era necessário "ajudar nossos parceiros do Mercosul".
Pessuti: as virtudes e os problemas - O vice-governador Orlando Pessuti iniciou o seu discurso lembrando sua vivência cooperativista 34 anos atrás, como associado do "banco cooperativo" dos alunos da faculdade de veterinária. Ao iniciar seu discurso sobre os diversos problemas apontados nos demais pronunciamentos, reconheceu que o governo tem "problemas e virtudes", enumerando entre os benefícios ao setor produtivo a redução do ICMS do trigo, equiparando a alíquota à estabelecida pelo governo de São Paulo, mesmo diante da "perspectiva da arrecadação de R$ 90 milhões" pelo Estado com esse tributo. Falou da redução do tributo para os produtos da cesta básica, já definida, e da redução da tarifa portuária para internação de produtos, "para fazer frente à guerra fiscal promovida por Santa Catarina".
A polêmica dos transgênicos - Afirmando que o governo tem um momento de muitas dificuldades, o governador em exercício disse que tinha que falar também em temas mais polêmicos, pois foram tratados em pronunciamentos anteriores. A platéia se manifestou com desaprovação quando Pessuti afirmou que o governo nunca proibiu o plantio de transgênicos. Agricultores presentes ao evento lembraram que se não houve proibição legal, o governo do Estado coibiu, ameaçou e multou agricultores que plantaram transgênicos, além de ter impedido o seu transporte e exportação por Paranaguá.
Troféu Ocepar - Ainda pela manhã a Ocepar fez duas homenagens, fazendo a entrega solene do Troféu Ocepar a duas personalidades que deram importante contribuição ao cooperativismo do Paraná: Lindamir Terezinha Quech, que há 27 anos atua no BRDE; e Luiz Carlos Palmquist, atual diretor de Administração e Estratégia da Unimed Brasil. A homenagem à funcionária Lindamir, do BRDE, foi concedida em reconhecimento à atenção que ela tem dado ao sistema cooperativista durante os seus 27 anos. Em seu pronunciamento, Lindamir demonstrou seu reconhecimento à função social e de desenvolvimento das cooperativas. "Entendo ser este o melhor instrumento de promoção e desenvolvimento econômico e social", frisou. Ela dedicou o Troféu Ocepar aos colegas colaboradores do BRDE. A concessão do Troféu Ocepar ao dirigente da Unimed, Luiz Carlos Palmquist, foi um reconhecimento à sua liderança e atuação em benefício do desenvolvimento do sistema cooperativista paranaense, especialmente na área de saúde. Palmquist, que iniciou sua trajetória como presidente da Unimed de Paranaguá, os quais como presidente da Federação Unimed Paraná e diretor da Ocepar, cargo que ocupa até hoje. Em seu pronunciamento disse que recebia essa homenagem em nome da grande família do Sistema Unimed.