ENCONTROS DE NÚCLEOS: Último evento reúne cooperativas do Norte e Noroeste em Londrina
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Mais de 60 presidentes e dirigentes de 19 cooperativas paranaenses das regiões Norte e Noroeste se reuniram em Londrina, na manhã desta quinta-feira (28/10), para avaliar as tendências da macroeconomia brasileira e os impactos no sistema cooperativista paranaense. Esteve ainda em debate o planejamento estratégico do setor para 2011. Foi durante o quarto e último Encontro de Núcleo Cooperativo, promovido nessa semana pela Ocepar, e que teve a Integrada como anfitriã. "É importante enfatizar o trabalho conjunto das cooperativas na decisão do planejamento estratégico do sistema cooperativista, que vai resultar em benefícios para todos os associados", disse o vice-presidente da Integrada, Júlio Koyama, na abertura do Encontro.
Desafios - O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, comentou os desafios do setor após a definição das eleições. "Queremos ser ouvidos na composição do novo governo. Não vamos exigir nenhum cargo, só queremos apreciar os nomes que serão indicados", completou Koslovski. O presidente da Ocepar também anunciou a proposta de inclusão do cooperativismo na grade curricular das escolas públicas e colégios agrícolas do Paraná.
Cenário macroeconômico - O doutor em teoria econômica pela Universidade de São Paulo, Juan Jensen, fez uma palestra sobre o cenário macroeconômico e mostrou as tendências econômicas mundiais no curto e médio prazo. Segundo ele, a economia mundial deve crescer 3,6% em 2011. Muito desse crescimento vai ser alavancado pelos países em desenvolvimento. "Eles serão responsáveis por 80% desse crescimento. Só a China vai responder por quase um terço desse total", exemplificou Jensen.
EUA e Europa - Já os EUA e os países europeus vão continuar patinando e a recuperação só deve começar em 2012. Os americanos já fecharam 8,5 milhões de postos de trabalho e muitos países europeus, como Grécia, Espanha, França e outros estão adotando políticas de contenção de gastos. "Só a Alemanha está em situação diferente e é justamente ela que está puxando o PIB da zona do Euro para cima", afirmou o economista.
China - Já a China é um caso à parte. O país deve continuar crescendo entre 9,5% e 10% ao ano, devido a grande demanda interna e aos altos investimentos em infraestrutura, que chegam a 40% do PIB do país.Com relação aos juros internacionais, eles ainda devem continuar baixos, pelo menos até 2012. Isso tem reflexo imediato no Brasil, pois o país se torna mais atrativo para o capital externo, resultando na valorização do Real.
Brasil - Por falar em Brasil, o economista mostrou preocupação com os gastos públicos, que estão elevando a dívida bruta do país. "Quanto mais o governo gasta, menos recursos sobram para o setor privado. E o Brasil precisa de investimentos em infraestrutura e produção se quiser manter os níveis de crescimento em um patamar de 6% ao ano", alertou Jensen. Hoje o Brasil investe apenas 19% do PIB em infraestrutura, mas deveria investir 22% para manter esse nível de crescimento. Por enquanto o cenário é favorável, com a economia aquecida e o consumo alto. Mas existe uma dicotomia entre consumo e produção, pois muitos dos bens adquiridos são importados. Por isso, é fundamental priorizar uma política fiscal austera para ajustar os gastos públicos.
Planos estratégicos - Ao final do evento, foram discutidos os planos estratégicos das cooperativas para 2011 com o objetivo de promover o desenvolvimento do cooperativismo no Paraná, defender o cooperativismo junto ao poder público e privado, investir no bem estar social dos associados e organizar as cooperativas por categorias econômicas.
Total - Os Encontros de Núcleos Cooperativos começaram a ser realizados na segunda-feira (25/10), na Lapa, reunindo representantes das cooperativas da região Centro Sul. Na terça-feira (26/10), o evento ocorreu em Mariópólis, com a presença de cooperativistas do Sudoeste. Já os debates com as cooperativas do Oeste aconteceram na quarta-feira (27/10), em Marechal Cândido Rondon. O ciclo de quatro eventos reuniu 265 participantes de 63 cooperativas de diversos ramos, entre presidentes, dirigentes, cooperados e funcionários de cooperativas, além de convidados.