ENERGIA: Governo prevê alta de 4,5%
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O consumo de energia elétrica no País deverá aumentar cerca de 4,5% ao ano até 2030, se confirmado um crescimento de 4,1% do PIB (Produto Interno Bruto). A informação é do presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim. Em um cenário mais otimista, com crescimento econômico de 5,1% ao ano, a alta no consumo de energia pode chegar a 5,2% ao ano. Se o crescimento for de 3,2% ou 2,2%, as estimativas do setor elétrico apontam para uma alta no consumo de energia respectivamente de 3,8% e 3,1%. ssas projeções sobre o consumo de energia elétrica, ainda preliminares, fazem parte do plano nacional de energia para o longo prazo (2030), divulgado na quinta-feira pelo presidente da EPE. Para chegar a esses números, a EPE analisou projeções do cenário econômico mundial e nacional, o crescimento populacional, e questões relacionadas às características de uso de energia. Não foram consideradas no estudo, no entanto, ações de conservação e eficiência energética, que deverão ser implementadas ao longo dos próximos anos a fim de evitar o desperdício de energia.
Anos 90 - A média de crescimento do consumo na década de 90 foi 4,3%, para uma alta no PIB de 2,7% ao ano. Na década anterior, esse crescimento no consumo de energia foi de 6% ao ano, com crescimento econômico de 1,6% ao ano. Para este ano, a EPE projeta um crescimento de aproximadamente 4%. Se confirmadas as estimativas da EPE, que considera como referência o cenário de crescimento econômico de 4,1% ao ano, o consumo geral de energia elétrica saltará de 346,7 milhões de MWh em 2004, para 1,095 bilhão de MWh em 2030. Para atender a essa expansão do consumo, a potência do parque nacional (que hoje é de 90 mil MW) precisará crescer cerca de 3,6 mil MW por ano, segundo cálculos da EPE.
Oferta - Desde 2003, a expansão média do parque gerador tem sido de 4 mil MW por ano. Mas como havia uma oferta de energia em torno de 7,8 mil MW médios sem contratos, o governo optou por contratar a energia disponível antes de incentivar a construção de novos empreendimentos, segundo explicou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Márcio Zimmermann. Esse incentivo deverá começar a ser feito no próximo leilão que será realizado no dia 10 de outubro, quando serão oferecidas concessões de usinas hidrelétricas e contratos para o fornecimento de energia a partir de 2011, tempo suficiente para a construção de novos empreendimentos, segundo o governo.
Setores - De acordo com as projeções da EPE, o consumo médio residencial de energia elétrica, que hoje está próximo de 140 kWh/mês, deverá alcançar cerca de 320 kWh/mês em 2030, o que significa um crescimento de 128% no período. Considerando o crescimento demográfico, os gastos das residências saltarão de 78,5 milhões de MWh para 314,7 milhões de MWh por ano (400%). O consumo industrial deverá crescer menos (247%), saltando de 172,1 milhões de MWh para 426,2 milhões de MWh. Apesar da elevação no consumo, a tendência, segundo Tolmasquim, é a de que a indústria reduza a sua participação no mercado de energia, passando de 49,6% em 2004 para 40,8% em 2030. Já a fatia do consumo residencial deverá crescer de 22,6% para 28%, e do comercial e público de 23,1% para 27,8%. (Folhapress)