Estratégias para a recuperação da triticultura

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Após se aproximar da auto-suficiência produtiva, em 1987, o país tornou-se o maior comprador mundial, em 2000, importando mais de 80% do total consumido, expondo-se às condições mercadológicas internacionais. A necessidade de se ter um cultivo econômico básico no inverno, principalmente na região Sul do país, nos leva a propor uma política a ser implantada para que essa cultura possa ter maior participação na oferta de alimentos.

Objetivo
Valorizar o triticultor brasileiro, que deve ser o principal beneficiado pelas políticas públicas, através de medidas que lhe dêem estabilidade e segurança, promovam o desenvolvimento da produção, possibilitando liquidez ao trigo colhido e a sobrevivência do setor diante do mercado “aberto” que lhe cerceia iniciativas protecionistas e lhe fecha possibilidades de inserção, como no caso da cabotagem, quando o triticultor é obrigado a competir no mercado globalizado e os navios contam com a proteção de um mercado fechado. Faz-se necessário priorizar três fatores: crédito, seguro e liquidez com renda.

Resumo dos pleitos

  • Garantir um preço mínimo remunerador e efetivo ao produtor brasileiro elevando-o pelo menos ao custo operacional Total de R$ 488,67 por tonelada;
  • Garantir a intervenção do governo via os instrumentos:
    • Aquisição do Governo Federal (AGF);
    • Prêmio de risco para Aquisição de Produto Agropecuário oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda (PROP);
    • Contrato de Opção de Venda (COV);
    • Prêmio de Escoamento da Produção (PEP);
    • Linhas Especiais de Crédito (LEC);
    • Empréstimos do Governo Federal (EGF);
    • Remoção dos estoques adquiridos.
  • Manter os leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) que permitem qualquer destinação, exceto a região Sul.
  • Manter os atuais juros de 8,75% ao ano e aumentar a dotação de recursos a juros controlados para R$ 1,00 bilhão, considerando-se uma área semeada de 2,4 milhões de ha, com gasto aproximado de R$ 820,00 por ha e financiamento de 60 % da área;
  • Reajustar em 25 % o limite do custeio, elevando-o de R$ 200.000,00 para R$ 250.000,00 por tomador;
  • Manter as atuais regras, com custeio alongado para o trigo;
  • Aceitar o penhor de safra como garantia, pelas instituições financeiras, conforme estabelece o MCR 2,3,2-a, bem como as apólices de seguro agrícola;
  • Aprovar R$ 45 milhões no Orçamento da União para a subvenção do seguro rural; implementar a subvenção e a liberação de seguro agrícola de forma imediata, pois, em 2005, o seguro agrícola foi liberado para contratação tardiamente, apenas em novembro; ampliar a faixa de subsídio máximo do trigo de R$ 7.000,00 para R$ 10.000,00;
  • Aperfeiçoar os instrumentos de política agrícola referentes à produção de sementes, especialmente, as operações de EGF (Empréstimo do Governo Federal), de forma que as fontes de recursos sejam garantidas e que estejam disponíveis aos produtores de sementes nas épocas oportunas.
  • Implementar as ações da Frente Parlamentar da Triticultura Nacional;
  • Fixação de alíquotas para o imposto de importação do trigo e seus derivados de países não membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul), de maneira a tornar consistente a política agrícola e de comércio exterior para esses produtos;
  • Estabelecimento de cotas de importação do trigo e seus derivados no âmbito do Mercosul, tornando consistente a política agrícola e de comércio exterior para esses produtos;
  • Permitir a utilização de embarcações com bandeira estrangeira para a navegação de cabotagem para transporte de produtos agrícolas ao longo da costa brasileira, inclusive trigo e seus derivados, quando da indisponibilidade de embarcações nacionais;
  • Criar programas de investimento para recuperação e modernização da frota brasileira, antiga e insuficiente, de maneira a reduzir o custo do transporte de cabotagem;
  • Criar no âmbito do Ministério da Agricultura normas atualizadas para a classificação e para a certificação do trigo, para conferir credibilidade no mercado aos nossos produtos, demonstrando que o Brasil dispõe de metodologia que assegura a sua segregação;
  • Alocar mais recursos para institutos de pesquisa visando o desenvolvimento de novas tecnologias e variedades de trigo, que atendam a demanda nacional em volume e qualidade;
  • Unificar a alíquota do ICMS no comércio do trigo e farinha de trigo em 7%;
  • Que o Governo Federal desenvolva ações objetivando a formalização de acordo entre o setor produtivo e indústria moageira, visando garantir a comercialização do trigo nacional e o pagamento de no mínimo o preço de garantia aos produtores, estabelecido pelo Mapa.
 

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