ESTUDO: Relatório avalia uso de transgênico na Argentina nos últimos 10 anos
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O Conselho Argentino para Informação e o Desenvolvimento da Biotecnologia (ArgenBio) – instituição sem fins lucrativos que divulga sobre biotecnologia – divulgou ontem (09/01) um estudo sobre a evolução da adoção de transgênicos na Argentina os últimos 10 anos e seu impacto para os agronegócios do país. De acordo com o estudo, a adoção de sementes transgênicas de soja, milho. E algodão produziu um rendimento líquido de US$ 19,817 bilhões nas cadeias produtivas ligadas a tais culturas. Esse montante considera o valor bruto da produção de grãos transgênicos, a redução dos custos nas lavouras (com a adoção de menos agroquimícos) e o impacto do uso desses grãos na pecuária de leite e de corte. O cálculo foi feito cm base em um sistema de simulações desenvolvido pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), vinculado ao governo do país.
Soja - No caso da soja, adotada desde 1996, os benefícios acumulados alcançaram US$ 19,7 bilhões. Desse total, 77,45% referem-se a renda dos produtos com a venda dos grãos e 13,39% foram destinados aos cofres do Estado, em razão da arrecadação de impostos e direitos de exportação (medida aplicada desde 2002), o restante foi distribuído entre fornecedores de sementes e herbicidas. Entre 1996 e 2006, a Argentina elevou a produção total de soja de 11 milhões para 40,5 milhões de toneladas, tornando-se um dos principais exportadores do complexo (grãos, farelo e óleo). O estudo não simula qual teria sido impacto para economia Argentina caso a produção fosse convencional. Além disso, não cita os problemas enfrentados para o desembarque de navios na Europa, devido à presença de transgênicos, que ainda não são aceitos em boa parte da Comunidade Européia.
Defensivos - Para José Maria da Silveira, coordenador do núcleo de Economia Agrícola da Unicamp e membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), o principal ganho proporcionado pela adoção de transgênicos é a redução do consumo de defensivos. “Ocorre uma redistribuição de ganhos dentro da indústria de insumos. As empresas de sementes passam a ganhar mais, e as de defensivos menos. Os outros efeitos são difíceis de se medir”, afirma.
Milho - Ainda conforme o estudo da Argentina, o plantio de milho resistente a insetos proporcionou benefícios da ordem de US$ 481,7 milhões (43,19% para produtores, 41,14% para os fornecedores de sementes e 15,67% para o Estado), entre 1998 a 20095. No caso do algodão transgênico com resistência a insetos, também aprovado desde 1998, o valor alcançado com as vendas e redução de custos é de US$ 20,8 milhões – sendo 86,19% para produtores, 8,94% para sementeiras e 4,87% para o Estado. O país é o segundo produtor mundial de trangênicos, perdendo para os EUA, com 17 milhões de hectares plantados no ciclo 2005/06. (Valor Econômico)