EUA não vão \"fechar as portas\" para álcool do Brasil

Abrir o mercado de álcool dos Estados Unidos à concorrência do produto brasileiro pode ser positivo para a indústria local, disse um importante parlamentar dos EUA nesta terça-feira. "Eu não fecharia as portas" para essa possibilidade, afirmou. Chefe do comitê de agricultura no Senado, o republicano Saxby Chambliss disse que produtores norte-americanos têm inovação e criatividade para continuar como líderes mundiais na produção de etanol. A produção dos EUA ultrapassou a do Brasil em 2005, de acordo com cálculos de uma associação de produtores norte-americana. "O Brasil avançou muito e está fazendo coisas muito criativas. Eles estão se tornando mais e mais competitivos. Eles falam agora em querer abrir o mercado dos EUA para a importação de combustíveis alternativos", afirmou Chambliss em uma conferência sobre agricultura.

Alternativas - A busca por alternativas ao petróleo ganhou força no mês passado quando o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou em seu discurso do Estado da União que seu país é "viciado em petróleo" e que tecnologia deveria ser utilizada para desenvolver fontes alternativas de energia, como gasolina misturada ao etanol e célula de hidrogêneo. Os EUA esperam produzir este ano 5,1 bilhões de galões (de 3,8 litros) e 6 bilhões de galões em 2007. Em 2005, o país fabricou 4,3 bilhões de litros, passando pela primeira vez o Brasil, que teve 4,2 bilhões de galões, conforme a Associação dos Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês). O embaixador do Brasil nos EUA, Roberto Abdenur, disse na conferência que esperava que os EUA estudassem a redução do imposto de 54 centavos de dólar por galão existente hoje sobre o álcool que entra nos EUA.Os EUA produzem álcool a partir do milho, que se torna competitivo com a gasolina quando o petróleo está em 50 dólares o barril ou mais, segundo o instituto Worldwatch. Nesta terça-feira, o petróleo era negociado por cerca de US$ 60 o barril, bem abaixo do pico de 2005, de US$ 70,85. (UOL Economia).