Europa amplia uso do biocombustível
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A União Européia (UE) apresentou nesta quarta-feira (08-02) um novo plano de desenvolvimento de biocombustíveis, para tentar quadruplicar o consumo do produto no bloco em cinco anos, na esperança de que as agitações atuais do mercado de energia incentivem os Estados membros a se envolverem mais no setor. Assim, a UE poderá se tornar concorrente do Brasil, primeiro produtor e consumidor mundial de biocombustíveis. O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em novembro que investirá 10 bilhões de dólares nos próximos sete e oito anos para dobrar sua produção.
A lição da crise - Com a intenção de confirmar uma lei européia de 2003, a Comissão Européia pretende aumentar a proporção de consumo de biocombustível no bloco a 5,75% do combustível total consumido na UE em 2010. A lei fixava uma meta de 2% para 2005 que não foi alcançada: a proporção de biocombustível subiu para apenas 1,4% neste ano, após 0,8% em 2004, segundo a Comissão. Mas a situação mudou, diz Bruxelas, por causa dos novos recordes históricos do petróleo, da recente crise de abastecimento energético com a Rússia e também da necessidade de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa para lutar contra o aquecimento global.
Vulnerabilidade - "Os próprios Estados membros e os cidadãos agora têm muito mais consciência disso e da vulnerabilidade da União Européia por sua dependência energética", declarou a comissária para a Agricultura e o Desenvolvimento da UE, Mariann Fisher Boel. Os bicombustíveis produzidos na UE ainda não são tão competitivos quanto o petróleo. Um barril de etanol custa 80 euros, e um barril de biodiesel, 60 euros, segundo um especialista da Comissão, contra 55 euros (65 dólares) para um barril de petróleo. Para reduzir os custos de produção, Bruxelas se dedica à pesquisa, com a fabricação de "biocombustíveis de segunda geração", e às economias de escala garantidas por um aumento da produção. Além do interesse em reduzir os gastos com petróleo e a dependência energética européia, o projeto de desenvolvimento dos biocombustíveis responde à necessidade de reduzir a emissão de CO2, de acordo com os compromissos do Protocolo de Kyoto, assinado pela UE, lembrou a comissária Fisher Boel.