FARM BILL: Redução de subsídios pelos EUA frustra exportadores agrícolas
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O ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto, afirmou ontem que ''preliminarmente, a redução de subsídios, prevista na Lei Agrícola dos Estados Unidos (Farm Bill), está muito aquém daquilo que os países exportadores agrícolas, como o Brasil, esperam''. A avaliação do ministro foi feita ao final da reunião Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A nova Farm Bill foi apresentada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na última quinta-feira com propostas de corte e mudanças no sistema de subsídios praticado nos EUA. As propostas apresentadas serão votadas no Congresso norte-americano no segundo semestre. O ministro destacou a importância da pesquisa em agroenergia e observou que nos últimos anos a Embrapa conseguiu recuperar o nível de orçamento. ''No ano passado, pela primeira vez os recursos da Embrapa ultrapassaram R$ 1 bilhão, o que precisamos é de recursos adicionais'', afirmou Guedes Pinto. O ministro disse que uma das fragilidades do setor público é a descontinuidade das políticas. ''Por isso, trabalhamos para que haja uma seqüência das atividades realizadas nestes últimos quatro anos.'' Com base nisso, o ministério elaborou um documento que faz uma análise do período e propõe ações para que haja continuidade destas atividades.
Defesa sanitária e pesquisa - Entre as prioridades destacadas pelo ministro estão a defesa sanitária, manter os investimentos em pesquisa agropecuária, reformulação da política agrícola brasileira, como o fortalecimento do seguro rural. Perguntado sobre sua permanência no ministério, Guedes Pinto disse que ainda não há definição por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto. ''Qualquer anúncio nesse sentido é prematuro, porque é um tema indefinido'', afirma. No caso da defesa sanitária, o ministro garantiu que a febre aftosa é um dos itens que vai merecer grande atenção. Ele afirmou que o embaixador brasileiro em La Paz, na Bolívia, participou na última sexta-feira de uma reunião com o ministério do Desenvolvimento Rural. Na ocasião, a ministra Susana Rivero disse que receberia ''muito positivamente uma assessoria do governo brasileiro'' para combater os casos da doença detectados no país. Segundo o ministro, uma missão de técnicos brasileiros viaja hoje à tarde para La Paz para ajudar o ministério boliviano a controlar os casos de febre aftosa. Ao comentar a política agrícola, Guedes Pinto observou que os recursos para apoio à comercialização somam US$ 2,9 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão será usado para escoar a soja, especialmente no Centro-Oeste. Com um cenário mais positivo, com preços de mercados mais firmes, o ministro afirma que os recursos podem ser desviados para outras culturas. (Agência Estado)