FÓRUM DOS PRESIDENTES III: Cooperativas se unem para enfrentar período de crise
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O problema da falta de crédito continua forte, mas o momento é de trabalho. Esta foi uma das conclusões do último fórum de presidentes de cooperativas, realizado ontem, em Curitiba. Entre outros assuntos, os dirigentes chegaram à conclusão de que a crise econômica mundial já traz menos consequências que a provocada pelas recentes estiagens, e decidiram intensificar as ações integradas entre cooperativas, de forma a fortalecer ainda mais o setor. "Todos sabemos que a crise existe e que afetou o setor primário, mas não vai ser isso que irá nos inibir. Não dá para ficar lamentando, temos que trabalhar", afirmou o superintendente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Sistema Ocepar), José Roberto Ricken. Para ele, a crise ainda exige uma "dose profunda de realismo", acompanhada de ações como redução de custos e adequação de estruturas. "Sabemos que o ano é e vai ser difícil. Mas o setor é sólido e tem boas propostas", disse.
Ações conjuntas - Quanto às ações conjuntas, Ricken afirma que sempre existiram, mas que a tendência é que se tornem mais intensas agora. Contudo, na opinião dele, a intercooperação sozinha não ajuda a contornar a falta de crédito de origem externa. "Continuamos com problemas nessa área. Mas o governo adotou medidas, então temos que fazer as coisas acontecerem", destacou.
Crédito - A dificuldade de crédito, para os dirigentes, não se restringe às cooperativas agropecuárias, mas também as próprias cooperativas de crédito, que repassam recursos de agentes oficiais aos cooperados.
Segundo o presidente da cooperativa de crédito Sicredi Costa Oeste, Adolfo Freitag, os bancos estão com menos dinheiro para repassar aos agricultores. A estiagem, para ele, também afetou bastante a área de atuação da cooperativa. Mesmo assim, ele prevê crescimento este ano.
Dirigentes - O presidente da Cooperativa Agroindustrial Lar, Irineo Rodrigues da Costa, apontou ainda que os bancos têm feito mais exigências ao emprestar. Já o presidente da Corol, Eliseu de Paula, confirmou a falta de recursos para capital de giro, e concordou que o momento é de buscar soluções e enxugar supérfluos. Por outro lado, o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, declarou que a cooperativa não sentiu a crise econômica, apesar de indicar que, no mercado externo, as companhias reduziram a compra de grandes volumes. Ele apontou, no entanto, que as secas das lavouras de verão de inverno vão afetar os cooperados - alguns chegaram a perder até 90% da produção. Prorrogações de pagamentos e prazo de safra são algumas das soluções da cooperativa, segundo ele, para o problema. (O Estado do Paraná)