FRANGO: Preço da carne sobe em fevereiro
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A carne de frango foi a única que subiu de preço na primeira quinzena de fevereiro, refletindo os esforços do setor para reduzir a produção a fim de ajustar à demanda. Além da oferta controlada, a migração de consumidores que se deparam com preços mais altos das carnes concorrentes também contribui para valorizar a de frango, segundo técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Pelos levantamentos do Cepea, o preço do frango congelado no atacado paulista acumula alta de 5%. O frango resfriado na capital paulista valorizou 2,45% em fevereiro. A carcaça casada bovina desvalorizou 4,6% no período e a carcaça suína recuou 7,7% na capital paulista.
Redução de plantel - Os técnicos do Cepea comentam que a queda livre dos preços recebidos e a recente valorização dos insumos têm levado muitos suinocultores a optar pela redução do plantel. "Ouvem-se, inclusive, relatos de abandono da atividade por parte de produtores de menor escala."
Carne bovina - No caso da carne bovina, o motivo para a retração dos preços foi a queda nas exportações do setor. Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) mostram que no mês passado foram exportadas 81,8 mil toneladas de carne, o que representou uma queda de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado. Além das exportações, analistas consideram que outros dois motivos estão pressionando os preços da carne bovina. O primeiro é o período do ano. "De modo geral, entre janeiro e o início de fevereiro é um período em que ocorre uma queda no consumo de carne bovina por conta das férias, despesas adicionais com impostos e também gastos com material escolar. Ou seja, esse é um período ruim para venda de carne", afirma o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria.
Consumo - O analista lembra ainda que a queda no consumo registrada até agora pode ser também os primeiros sinais de que a crise internacional está chegando ao consumo. "Os alimentos, de fato, sentem menos os efeitos da crise, mas diante dos índices de desemprego que já chamam atenção, os consumidores passam a ser mais seletivos e cortar exageros, buscando alternativas mais baratas", afirma Tito Rosa. Para ele, será possível perceber se existe realmente uma queda no consumo depois do carnaval. (Agência Estado)