IBGE: 2008 foi o melhor ano da história para a agricultura

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O ano passado foi o melhor da história para a agricultura brasileira, segundo mostra a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) divulgada na sexta-feira (16/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que 2008 registrou recordes de safra para variadas culturas e no valor da produção, refletindo os preços internacionais em alta dos alimentos. A cana-de-açúcar, impulsionada pelo estímulo ao etanol, foi o produto com maior crescimento no ano.

Valor de produção - O valor de produção dos 64 produtos da safra agrícola investigados na pesquisa subiu 27,3% em 2008 ante o ano anterior, para R$ 148,4 bilhões. De um ano para o outro, foram acrescidos quase R$ 32 bilhões à agricultura do País. São Paulo foi o Estado que abocanhou a maior fatia, ou 16% do valor total do ano passado. O técnico da coordenação de agropecuária do IBGE, Carlos Alfredo Guedes disse que os preços bons que estavam sendo praticados na época do plantio e as condições climáticas favoráveis garantiram o bom desempenho do setor agrícola no ano passado. Ele destacou o aumento da área plantada, equivalente a 3 milhões de hectares a mais do que a safra anterior, distribuídos entre a soja, o milho e o trigo.

Etanol - O estímulo à produção de etanol no Brasil, com o aumento das vendas de carros flex, e nos Estados Unidos pré-crise teve forte influência sobre a produção agrícola nacional em 2008, com efeitos em produtos como cana-de-açúcar e milho. No caso da cana, a pesquisa contabilizou uma produção recorde em 2008, de 645 milhões de toneladas, com aumento de 17,4% ante o ano anterior. São Paulo manteve a posição de maior produtor dessa cultura, sendo que em território paulista foram produzidas 59,8% da produção brasileira no ano passado, apresentando um crescimento de 17,3% em relação a 2007 e alcançando um total de 386,1 milhões de toneladas.

Milho - O milho fechou o ano com a produção também recorde de 58,9 milhões de toneladas (mais 13,1% do que a safra anterior) e, assim como a economia brasileira, fechou 2008 com perspectivas totalmente diferentes das apresentadas no início do período. Nos primeiros meses do ano, houve aumento dos preços por causa da redução da oferta do produto pelos Estados Unidos, maior produtor e exportador mundial de milho em grão, que planejava usar boa parte da safra na produção do etanol.

Crise - Porém, a explosão da crise mundial no segundo semestre reverteu as expectativas para a safra norte-americana, reduziu os preços e a demanda pelo produto e levou o milho a fechar o ano com ''grandes estoques'', 118% maiores do que no ano anterior. (Agência Estado)

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