IBGE: Desemprego no País subiu para 10,1%
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Apesar de alguns setores do governo federal não prestarem atenção para os insistentes alertas das lideranças do agronegócio de que a crise no campo iria chegar nas cidades, a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País aponta que subiu mais do que o esperado em fevereiro e chegou a 10,1%, ante 9,2% em janeiro. Para Cimar Azeredo, gerente da pesquisa, a elevação do desemprego já era esperada, mas em magnitude menor do que o ocorrido e a trajetória de alta deve prosseguir em março. Segundo ele, o primeiro trimestre tradicionalmente é de aumento do desemprego. Os analistas de mercado esperavam uma taxa ainda abaixo de 10%. Marcelo de Ávila, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também considerou a alta acima do esperado, mas avalia que ''tudo indica que essa elevação deve ser sazonal''. Segundo ele, ''um aumento na taxa de desemprego nunca é uma notícia boa, mas não deve ser permanente, no segundo trimestre deveremos voltar a um patamar menor''. Sinal de alerta - O analista da consultoria Tendências, Guilherme Maia, observou que os dados do mercado de trabalho em fevereiro confirmaram as expectativas de recuperação da renda e ritmo lento de aumento da ocupação. Segundo ele, a taxa surpreendeu para cima por causa do forte crescimento do número de pessoas procurando trabalho. Para Azeredo, o dado ''preocupante, o sinal de alerta'' de fevereiro é que a taxa do mês subiu mais do que ocorre historicamente em relação a janeiro. Ainda que seja a menor taxa para um mês de fevereiro - em igual mês do ano passado foi de 10,6% - desde o início da nova série da pesquisa, em março de 2002, o índice de fevereiro apresentou uma elevação de 0,9 ponto porcentual em relação a janeiro, um recorde de aumento na série da pesquisa para o período (janeiro para fevereiro). Além disso, foi a maior taxa desde maio do ano passado. Azeredo observou que fevereiro foi ''praticamente morto'' na criação de vagas, já que houve queda de -0,4% - dado que o IBGE considera estabilidade - no número de ocupados ante mês anterior. Ocupados x desocupados - O total de ocupados nas 6 regiões ficou em 19,92 milhões, com aumento de 2,5% ante igual mês de 2005. O número de desocupados, por outro lado, cresceu muito mais e elevou a população de desempregados nas 6 regiões para 2,23 milhões em fevereiro, com aumento de 9,5% ante janeiro. Isso ocorreu porque mais pessoas procuraram trabalho no mês. O indicador manteve, entretanto, a tendência de queda (-3,6%) ante igual mês do ano anterior. Azeredo salientou que, ''desde o segundo semestre do ano passado, não se assiste à criação significativa de postos no mercado de trabalho''. Ele avalia que os dados de fevereiro são ''um momento de alerta, como sempre ocorre no primeiro trimestre do ano'' para o mercado de trabalho. (Agência Estado). |
![]() |