IMPORTAÇÃO: Brasil terá de comprar mais trigo fora da Argentina
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Os moinhos brasileiros vão aumentar a compra de trigo de outros mercados, como Estados Unidos e Canadá, reduzindo a participação da Argentina, principal exportador do cereal para o país, no total das importações. A expectativa é de que os argentinos atendam nesta safra, a 2006/07, 80% das necessidades de importação do Brasil, ante uma média de 90% no ciclo 2005/06 e de 95% em 2004/05, segundo a Safras&Mercado. A previsão é que o Brasil tenha de importar sete milhões de toneladas. Quarto maior país exportador de trigo no mundo, a expectativa é de que a produção do cereal na Argentina não atinja os volumes esperados pelo mercado em 2006/07. Analistas trabalhavam com uma projeção inicial de 16 milhões de toneladas para esta safra, mas a redução do plantio naquele país e problemas de estiagem deverão manter a produção em 14 milhões de toneladas.
Oferta - Outro fator que deve reduzir a oferta de trigo argentino no mercado internacional é o compromisso firmado, em maio último, entre os produtores daquele país com o governo para limitar as exportações do cereal em até 7 milhões de toneladas. A medida visa controlar a inflação. Os países do Hemisfério Sul, como Austrália e Argentina, foram afetados pelo clima seco, prejudicando a produção. Na Europa, importante produtor, a qualidade da safra de trigo também foi prejudicada pelo clima, assim como nos EUA, maior exportador mundial. Com a menor oferta esperada no mundo, a demanda pelo trigo argentino cresceu, segundo Bento. Para a Safras, dos 5,5 milhões comprometidos pelos argentinos, cerca de 3,5 milhões de toneladas deverão vir para o Brasil. No Brasil, a safra de trigo está estimada em 3 milhões de toneladas, uma queda de 37% sobre o ciclo anterior, de 4,7 milhões de toneladas. No final da semana passada, o preço pago pelo trigo argentino (Fob) no Brasil oscilava entre US$ 170 e US$ 180, 26% mais que em igual período do ano passado. Na bolsa de Kansas, os preços do trigo também subiram 26. Na sexta, fechou cotado a US$ 4,85 o bushel. (Valor Econômico)